PT considera apoiar Márcio França ao governo de SP em 2026

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Com falta de nomes, PT cogita apoiar Márcio França ao governo de SP

Deputados da bancada do PT paulista se reuniram com França (PSB) para conversar sobre 2026 e uma possível aliança para o governo de São Paulo. Os deputados federais da bancada paulista do PT convidaram o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, do PSB, para um jantar em que discutiram a possibilidade dos petistas apoiarem uma eventual candidatura dele ao governo de São Paulo em 2026.

A sondagem sobre o apoio à candidatura do ministro decorre de uma dificuldade do PT em encontrar um candidato próprio competitivo. Os petistas trabalham com a hipótese de que o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos-SP, tentará a reeleição e não irá correr o risco de uma disputa acirrada contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, à Presidência.

França, com o vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB, como “cabo eleitoral”, seria um nome capaz de levar a disputa com Tarcísio ao segundo turno, na visão dos petistas, o que ajudaria o desempenho de Lula no maior colégio eleitoral do país na corrida presidencial. O ex-governador paulista, França, já sinalizou que topa a empreitada. Em 2018, quando estava no cargo, ele perdeu a reeleição para João Doria, então no PSDB, por uma diferença inferior a 800 mil votos. Desde então, acumulou mais duas derrotas — Prefeitura de São Paulo, em 2020, e Senado, em 2022.

O encontro com o ministro ocorreu há cerca de um mês em Brasília. Segundo o deputado Rui Falcão, um dos presentes no jantar, foi um “bate-papo analisando a conjuntura e o quadro eleitoral provável em São Paulo e no Brasil”, mas que não houve “nenhum compromisso ou deliberação”. O cálculo do PT é que, em 2026, para conquistar a reeleição, Lula precisaria angariar cerca de 40% dos votos paulistas – uma redução de cerca de quatro pontos percentuais em relação às eleições de 2022.

Ao DE, o deputado Jilmar Tatto, que também esteve no encontro, afirmou que a conversa também irá ocorrer com outros interessados em disputar as eleições, tanto a deputado federal, quanto a governador. O problema é que os nomes petistas para a disputa majoritária estão escassos. “O PT não vai ter nenhum nome na chapa majoritária? Acho que tem que ter. Tem que ser uma construção com mais gente”, diz o deputado. “O PT é um projeto nacional. Então, as alianças, os estados têm que estar condizentes com a formatação da chapa nacional”, acrescentou.

Tatto diz que o nome ideal para concorrer a governador seria o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na avaliação do deputado, apesar da derrota para Tarcísio em 2022, Haddad foi bem nas eleições – teve 35% dos votos no primeiro turno e 44% no segundo. O ministro, porém, tem dito a interlocutores que não quer concorrer ao governo de São Paulo. Outro nome ventilado nas rodas petistas para o Palácio dos Bandeirantes é do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. A um aliado, o ministro disse que “não quer, não deseja e não topa” disputar as eleições paulistas no próximo ano. Quando concorreu ao cargo em 2018, ele teve apenas 12,6% dos votos. Marinho deve ser, novamente, candidato a deputado federal.

A outra opção seria apoiar uma candidatura do deputado federal Guilherme Boulos, do PSol-SP. Além de não ser um quadro do PT, o parlamentar enfrenta uma grande rejeição do eleitorado, o que foi danoso para sua tentativa de ser prefeito de São Paulo e deve ser ainda mais problemático numa disputa estadual, com mais conservadores no interior do estado.

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