PT e PSOL pedem impeachment de Tarcísio por insinuação sobre PCC e Boulos

Tarcísio de Freitas São Paulo
Em um movimento que intensifica a tensão política em São Paulo, os partidos PT e PSOL formalizaram um pedido de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas. A ação é motivada por insinuações feitas por Tarcísio sobre uma suposta ligação entre o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), e o Primeiro Comando da Capital (PCC).A afirmação de Tarcísio contra Boulos ocorreu durante o dia de votação do segundo turno. Na ocasião, o Governador de São Paulo disse ter ciência de que o PCC orientou familiares e integrantes da facção a votarem no candidato do PSOL.

O documento foi redigido pelos deputados Paulo Fiorilo (PT) e Carlos Giannazi (PSOL). No texto, é destacado que a “a gravidade da situação não pode ser minimizada” e sustenta que Tarcísio cometeu crime de responsabilidade por falar sobre supostas instruções do crime organizado para o pleito sem antes repassá-las à Justiça Eleitoral.

Os parlamentares ainda informam que Tarcísio violou a probidade administrativa e interferido no exercício livre do voto. No texto também é dito que a “democracia foi agredida pela conduta irresponsável” do governador, citando artigos do Código Penal, e reitera que “retratações, pedidos de desculpas ou outras condutas de contrição não poderão afastar as penas” e que “não serão aceitas desculpas relacionadas à possibilidade de não ter havido impacto na eleição”

“Essas insinuações são uma clara violação da probidade administrativa e uma interferência direta no processo eleitoral. O governador não pode usar seu cargo para difamar e tentar desqualificar um candidato”, afirmou um dos parlamentares envolvidos no pedido.
 
A crítica se concentra na forma como Tarcísio de Freitas utilizou sua posição para fazer acusações sem fundamento contra Boulos, o que, segundo os parlamentares, é uma prática antiética e incompatível com o cargo que ocupa.

A decisão cabe agora ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), sobre aceitar ou arquiva o pedido de impeachment. Antes disso, ao menos 63 dos 94 deputados estaduais precisam subscrever a representação do PT e do Psol.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos