O avanço da anistia é algo que tem causado indignação na liderança do PT na Câmara dos Deputados. O deputado Lindbergh Farias, representante do estado do Rio de Janeiro, expressou sua preocupação com a possibilidade de a oposição ter votos suficientes para aprovar a anistia aos acusados de participarem da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para Lindbergh, a ideia de uma anistia num momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando a questão dos atos golpistas é descrita como “inacreditável” e “irresponsável”. Ele vê essa articulação no Congresso como uma provocação infantil e um ato de bullying contra o Supremo, desafiando diretamente a autoridade do tribunal.
O líder do governo também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que a proposta de anistia é claramente inconstitucional. Segundo ele, se essa proposta for aprovada, o presidente Lula irá vetá-la, mostrando que há uma forte oposição a essa medida dentro do governo.
Lindbergh rebateu as declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que afirmou ter os votos necessários para aprovar a anistia. O deputado ressaltou que ainda não há certeza se os 257 votos serão alcançados para aprovar o requerimento de urgência e chamou atenção para a mobilização necessária para evitar que isso aconteça.
A anistia, na visão do deputado, não contribui para a pacificação do país, mas sim para criar confusão e questionar a legitimidade do julgamento do Supremo. Ele lembra que o STF já se posicionou contrariamente a anistias para crimes contra o Estado Democrático de Direito, ressaltando a importância de defender os princípios democráticos.
Além disso, Lindbergh criticou a ação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em se envolver na articulação da anistia. Para ele, a postura de Tarcísio é desrespeitosa e ofensiva ao STF, questionando a ética do governador em se aliar à ala mais radical do bolsonarismo. Ele ressalta a necessidade de respeitar o processo de julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal.