Publicitária denuncia racismo em cafeteria de BH ao solicitarem que mudasse de lugar: ‘é crime, não mal-entendido’
Caso foi registrado nesta segunda-feira (26), na cafeteria Fofo de Belas, no
bairro de Lourdes, Região Centro-Sul da capital. Segundo estabelecimento, “não
houve intenção de excluir, esconder ou desrespeitar a cliente.”
Nayara Cristina Machado denunciou racismo em cafeteria de BH. A publicitária, de 29 anos, afirmou ter sido vítima de racismo na cafeteria Fofo de Belas, situada no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte. A mulher, que é negra, registrou um boletim de ocorrência relatando ter sido constrangida por uma gerente do estabelecimento durante uma reunião de trabalho ocorrida nesta segunda-feira (26).
Nayara chegou ao local por volta das 14h, pediu um cappuccino e um croissant, e começou a trabalhar em seu notebook em uma mesa próxima à entrada. Após aproximadamente uma hora e meia, um garçom solicitou que mudasse de local sob a alegação de que a tomada que utilizava poderia atrapalhar outros clientes. O pedido foi prontamente atendido pela publicitária.
Durante uma videochamada posterior, Nayara foi abordada pela gerente de forma passivo-agressiva, questionando a permanência da cliente na mesa, insinuando que o local não era espaço de trabalho. Segundo Nayara, a abordagem foi discriminatória, visto que outros clientes brancos permaneciam no estabelecimento utilizando notebooks sem serem incomodados.
Para Nayara, a abordagem da gerente da cafeteria foi motivada por racismo, uma vez que outros clientes brancos podiam permanecer no local por tempo semelhante, utilizando equipamentos semelhantes e conversando em volume mais elevado sem sofrerem qualquer abordagem da equipe.
A publicitária reforçou que o racismo não pode ser tratado apenas como um mal-entendido, sendo uma conduta criminosa. Ao procurar a Polícia Civil de Minas Gerais, até o momento, não houve retorno sobre a denúncia.
A cafeteria Fofo de Belas se manifestou sobre o ocorrido destacando seu compromisso com o respeito, a inclusão e a empatia no atendimento ao público. Alegaram que a abordagem à cliente teve como objetivo acomodar um grupo maior de pessoas no estabelecimento e não houve intenção racista na ação da equipe. Lamentaram o constrangimento causado e reafirmaram seu compromisso em construir um ambiente acolhedor para todos os frequentadores.
O episódio gerou repercussão nas redes sociais, levantando debates sobre racismo e discriminação nos estabelecimentos comerciais. É essencial promover a conscientização e o respeito mútuo para construir uma sociedade mais justa e igualitária. A denúncia de Nayara serve como alerta para a necessidade de combater e coibir práticas discriminatórias em todos os âmbitos da sociedade. Este é um passo importante na luta contra o preconceito e a intolerância.