Putin anuncia míssil capaz de alcançar qualquer lugar no mundo

Às vésperas das eleições presidenciais na Rússia, o presidente Vladimir Putin apresentou, durante discurso nessa quinta-feira (01), uma série de novas armas, incluindo drones submarinos e um míssil nuclear que, segundo ele, poderia “alcançar qualquer lugar no mundo” sem ser detectado por sistemas de defesa de outros países.

Essas armas foram desenvolvidas em consequência da saída americana do Tratado de Mísseis Antibalísticos, assinado em 1972 com a União Soviética, segundo o presidente Russo. A saída foi anunciada em 2001 pelo presidente George W. Bush, com o argumento de que ele prejudicava a capacidade dos Estados Unidos de se defender de ataques de terroristas ou de outros Estados.

Para Putin, Estados Unidos fracassaram em levar a sério a capacidade nuclear russa e em negociar adequadamente os acordos de controle de armas.

“Ninguém nos ouviu. Espero que nos ouçam agora”.

O míssil foi anunciado como “de cruzeiro de voo baixo, difícil de localizar, com uma carga útil nuclear de alcance praticamente ilimitado e trajeto de voo imprevisível, que pode ultrapassar linhas de intercepção e é invencível diante de todos os sistemas existentes e futuros de defesa aérea e antimísseis”. Mísseis de cruzeiro são armas de longo alcance e precisas, capazes de levar grandes cargas explosivas.

“Nós consideraríamos qualquer uso de armas nucleares contra a Rússia ou aliados como um ataque nuclear contra o nosso país”.

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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