O Tribunal Municipal de Moscou, na Rússia, confirmou no dia 7 de junho de 2012 a validade de uma lei que proíbe pelos próximos cem anos a realização de paradas gays na capital. A decisão foi imediatamente contestada pelo líder dos direitos LGBT na capital, Nikolay Alekseyev. Ele ajudou a organizar uma campanha que, por meio de cartas, tentaria o veto à lei.
Em comunicado, Banks Andre, da organização de direitos LGBT “Allout”, avaliou que “negar 100 anos de orgulho é uma maneira de fazer nenhum amigo em 2012″.
“Esta decisão nos lembra que o orgulho é tão significativo hoje como era depois de Stonewall, em 1969 –milhões ao redor do mundo ainda estão lutando pelo direito básico de viver e amar abertamente quem eles escolhem”, disse o ativista. “Assim como naquele verão inesquecível, essa luta vai continuar e vai ser bem sucedida. Com uma forte pressão de russos gays e héteros, juntamente com outros líderes mundiais, [o presidente Vladmir] Putin terá em breve que escolher se quer ou não estar do lado certo da história”, completou o ativista.
Mês passado, dezenas de ativistas da causa gay foram presos ao tentar promover o evento. Para algumas lideranças dos direitos dos homossexuais, o veto respondeu um pedido formal de autorização para 102 paradas gays em Moscou entre 2012 e 2112.
Com a nova lei, agora os ativistas devem recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, do qual a Rússia recentemente tornou-se membro.
Casamento
Em 2020, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou uma emenda à Constituição que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. As informações foram concedidas na época pela agência France Presse.
No documento, que chega a fazer menção a Deus, o matrimônio seria apenas restrito ao homem e a mulher.
“Sobre o “pai um” e o “pai dois”, eu já falei publicamente sobre isso e repetirei de novo: enquanto eu for presidente, isso não vai acontecer. Serão papai e mamãe”, declarou Putin.
Em 2021, o mandatário assinou uma lei que possibilita sua permanência no cargo de Kremlin até 2036.
Crianças
A homossexualidade foi considerada um crime no país até 1993 e uma doença mental até 1999. Desse modo, embora haja comunidades homossexuais ativas nas principais cidades do país, a atmosfera é mais tensa desde que a Rússia adotou, em 2013, uma lei que proíbe a “propaganda” gay para menores.