PV fecha apoio à Marina Silva na disputa para presidente

O Partido Verde decidiu apoiar a candidatura de Marina Silva (Rede) à Presidência da República e indicar o ex-deputado Eduardo Jorge (PV), que concorreu pela sigla à Presidência em 2014, como candidato a vice. A aliança será oficializada neste sábado (4), na convenção nacional da Rede em Brasília, mas a maioria dos diretórios já se manifestou pela coligação, segundo o presidente do PV de São Paulo, Marcos Belizário.

“Não vamos mais fazer reunião. O apoio vai ficar definitivo”, disse Belizário, que fazia campanha pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. “Já está decidido e não tem mais como voltar atrás. Diante da reunião de hoje, já foi consultado as bases e a grande maioria entende que para o PV é a melhor situação”, pontuou.

Como o PV tem quatro deputados em exercício na Câmara dos Deputados e um senador, a aliança com a Rede faz com que a presença de Marina esteja garantida nos debates.

Pela manhã, Belizário, o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, e Eduardo Jorge se reuniram com dois dos principais aliados políticos de Marina, Pedro Ivo e Basileu Margarido, e discutiram os apoios regionais e uma aliança congressual a partir de 2019, quando passa a valer a cláusula de barreira, que deixará sem fundo partidário e propaganda eleitoral os partidos que não elegerem, pelo menos, nove deputados federais, regra que ameaça a ambos.

Havia resistência em setores do PV contra a coligação, principalmente por alianças em Estados que já estão formadas com partidos que também têm presidenciáveis. O coordenador da Rede, Bazileu Margarido, esteve na reunião de hoje e admite que não será possível ter palanque para Marina em todas as regiões.

“Tem estados que claramente não estaremos juntos e estamos buscando soluções. Não é possível estar junto nos 27 estados”, disse Bazileu. As negociações são “uma corrida contra o relógio” para que os dois possam estar juntos na convenção nacional da Rede no sábado. O PV quer fazer a consulta oficial à sua executiva, exigida pela legislação eleitoral, até amanhã para que Eduardo Jorge esteja no palanque de Marina no sábado.

“Politicamente fica impossível manter a neutralidade neste momento”, reforçou Belizário. Segundo o presidente do PV de São Paulo, a aliança será confirmada sábado, na convenção nacional da Rede, que se transformará numa reunião conjunta e os dois partidos assinarão a ata para lançar a nova coligação.

Em São Paulo, a aliança do PV será com o governador Márcio França (PSB).

A presidenciável comemorou a aliança pelo Twitter. “Feliz por esta tão importante decisão. Obrigada @EduardoJorge43 e @partidoverde. 2018 chegou!”, disse.

Bazileu Margarido (Rede), Eduardo Jorge (PV), Pedro Ivo Batista (Rede) e Penna (PV) na reunião desta quinta (2) sobre o apoio do PV a Marina Silva – Divulgação. Foto: Divulgação

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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