QG do Tráfico: Apartamento em Águas Claras usado por mafiosos movimentou R$ 2,2 bilhões

O QG do Tráfico: como apartamento em Águas Claras era usado por mafiosos

A quadrilha presa pela Polícia Federal movimentou mais de R$ 2,2 bilhões em dois anos

Durante a investigação da Operação Siderado, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro do ano passado para combater o tráfico bilionário de drogas, um apartamento localizado em um condomínio de Águas Claras chamou atenção dos policiais. Utilizado por integrantes da organização criminosa como um centro de apoio, local de reuniões estratégicas e armazenamento de entorpecentes, o imóvel acabou virando um “QG do Tráfico”.

A frequência de criminosos no imóvel foi um dos principais indícios de sua função no esquema. Ailton José da Silva, conhecido como “Calcinha”, líder da organização, Fausto Henrique Ferreira da Silva e Albert Fabiano Dantas da Costa eram alguns dos principais visitantes. A quadrilha movimentou mais de R$ 2,2 bilhões em dois anos.

Através das investigações, a PF descobriu que Fausto era responsável por efetuar os pagamentos das contas do apartamento. O uso de identidades falsas pelos envolvidos também chamou a atenção dos investigadores. Albert Fabiano Dantas da Costa, por exemplo, se identificava como “José Lucas Lima da Silva” na portaria do prédio, enquanto Rodolfo Borges Barbosa de Souza se apresentava como “Silas Soares Rodrigues”.

Tráfico sem fronteiras
O esquema de tráfico internacional de drogas do grupo não se limitava ao Brasil. Usando empresas de fachada, como a “Dois Anjos Transportes e Mudanças”, a organização disfarçava o envio de grandes quantidades de skunk para outros estados brasileiros e para o exterior, especialmente para a Europa. Além disso, remessas de dinheiro eram enviadas para a Colômbia, onde o grupo tinha fortes conexões para financiar a compra de novas remessas de drogas.

Para movimentar os bilhões gerados pelo tráfico, a quadrilha usava empresas laranjas e contas bancárias falsas, o que dificultava o rastreamento das transações financeiras.

Operação Siderado
A Operação Siderado, que desmantelou o esquema bilionário de tráfico de drogas, cumpriu 19 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão nos estados de Goiás, Minas Gerais, Amazonas, Bahia e no Distrito Federal. Além disso, a operação resultou no bloqueio de 38 contas bancárias e no cancelamento das atividades de sete empresas ligadas ao tráfico.

Um dos principais líderes do grupo foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, o que reforça a dimensão internacional do crime. A PF segue investigando o caso e busca identificar todos os envolvidos nessa rede bilionária, que além do tráfico de drogas, estava também ligada ao comércio ilegal de armas e à eliminação brutal de rivais.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Roubo de banco e sequestro por 12h: Fuga e crimes dos irmãos DE atelaãm o país

Irmãos DE roubaram banco e sequestraram funcionários por 12h

Em 2001, o fugitivo da Papuda Argemiro Antônio da Silva e mais três irmãos renderam sete funcionários e levaram R$ 90 mil. Dono de uma extensa ficha criminal, o fugitivo do Complexo Penitenciário da Papuda Argemiro Antônio da Silva, 62 anos, chegou a atuar até mesmo em família. Ele e os três irmãos roubaram um banco e fizeram funcionários reféns por mais de 12 horas.

O crime, no caso, é um roubo a agência do Banco do Brasil de Padre Bernardo (GO), Entorno do DF, em fevereiro de 2001. Na ocasião, Argemiro Antônio da Silva, Francisco Antônio da Silva, José Nilton da Silva e José Hilton da Silva levaram R$ 90 mil em espécie.

A DINÂMICA

O crime aconteceu em 12 e 13 de fevereiro de 2001. Às 21h do dia 12, os “Irmãos DE” entraram armados em uma casa onde moravam cinco funcionários da agência bancária e renderam todos eles. Depois, dois dos bandidos foram até as casas do gerente e da tesoureira da agência e levaram os dois à residência onde as outras cinco vítimas já eram feitas reféns.

Ao todo, foram sete funcionários sequestrados. O grupo passou a noite sob a mira dos criminosos armados. Às 8h30 do dia 13, eles foram até o banco e obrigaram a tesoureira a abrir a agência como se nada estivesse acontecendo. Os ladrões, então, foram até o cofre e colocaram R$ 90 mil em uma caixa. O gerente foi quem saiu da agência com a caixa na mão. Ele entrou no próprio carro com os valores, e o bando fugiu roubando o veículo do gerente e o dinheiro.

Além de escopetas, uma submetralhadora e um revólver, os irmãos Da Silva utilizaram números de telefone que, segundo as investigações, foram comprados especialmente para o crime, visando despistar as autoridades.

“NOVO CANGAÇO”

Conforme o DE revelou, Argemiro Antônio da Silva comandou ao menos dois roubos a agências do Banco do Brasil de dentro do complexo prisional de Aparecida de Goiânia, em 2018. Uma das ações levou R$ 1,3 milhão dos cofres de uma agência do BB em Crixás (GO), cidade interiorana com apenas 17 mil habitantes. No mesmo mês, com fuzil e armas de uso restrito, a quadrilha comandada por Argemiro invadiu outro banco, desta vez em Carmo do Rio Verde (GO), município com 9 mil habitantes. O plano, no entanto, foi frustrado por policiais militares e civis de Goiás que já esperavam o ataque. A ação resultou em três minutos de troca de tiros e na morte de três envolvidos no crime.

Uma investigação policial apontou que Argemiro, vulgo “Costelinha”, era chefe da referida quadrilha de roubo a bancos na época do crime em Crixás. Na época, Argemiro estava detido no complexo prisional de Aparecida de Goiânia por outros delitos. Da cela, orquestrou o assalto à agência do Banco do Brasil do município.

FUGA

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF), a fuga de Argemiro da Papuda foi constatada por volta das 7 horas da última sexta-feira (3/1), em conferência de rotina feita pelos policiais penais. “Prontamente, a equipe efetuou buscas no perímetro e realizou ocorrência policial, solicitando a perícia da Polícia Civil (PCDF) no local”, informou a Seape em nota. De acordo com a nota, equipes de recaptura da Polícia Penal estão realizando diligências em todo o Distrito Federal.

Qualquer informação sobre o paradeiro de foragidos do sistema penitenciário deve ser repassada à Polícia Penal do DF pelo telefone (61) 99666-6000, à PMDF pelo 190 e à PCDF no 197. A denúncia é feita de forma anônima.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp