Uma quadrilha especializada na fabricação e venda de anabolizantes clandestinos foi desmantelada pela Polícia Civil, em uma operação que recebeu o nome de Kairos. O grupo utilizava marcas inventadas para comercializar os produtos falsificados, que continham até mesmo repelentes de insetos em sua composição. A investigação apontou que as substâncias presentes nos anabolizantes eram nocivas à saúde dos consumidores, colocando em risco a integridade física e a vida de quem os utilizava.

A quadrilha, considerada uma das maiores do ramo, movimentou cerca de R$ 82 milhões em um curto período de tempo. A estratégia de venda do grupo incluía o patrocínio de eventos de fisiculturismo, o incentivo a atletas profissionais e a remuneração de influenciadores digitais para promover os produtos ilícitos. Além disso, as embalagens dos anabolizantes continham QR Code, direcionando os consumidores para os sites onde poderiam adquirir os produtos fabricados clandestinamente.

Segundo as autoridades, os anabolizantes eram produzidos de forma amadora, em residências sem qualquer tipo de controle sanitário. As matérias-primas utilizadas pelos criminosos incluíam repelentes de insetos, resultando em substâncias tóxicas e perigosas para a saúde. A quadrilha contava com uma estrutura bem organizada, com funções específicas para cada atividade, desde a produção até a comercialização dos produtos falsificados.

A investigação apontou que os líderes do grupo, Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como Boss, e Ayane Gomes, apelidada de Capitã, coordenavam todo o esquema criminoso. A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias dos envolvidos, incluindo operadores financeiros que auxiliavam na movimentação de valores para dificultar as investigações. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar possíveis influenciadores do mundo do fisiculturismo e atletismo que promoviam as marcas envolvidas no esquema.

O Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro manifestou extrema preocupação com a operação, ressaltando os riscos à saúde dos consumidores que utilizam anabolizantes sem prescrição e acompanhamento profissional adequado. O órgão alertou que a venda de substâncias sem registro nas autoridades sanitárias representa um grave risco à saúde da população. Recomenda-se que a população consulte profissionais de saúde habilitados antes de usar qualquer suplemento ou medicamento, adquirindo esses produtos apenas em estabelecimentos regulares e autorizados.

A desarticulação dessa quadrilha especializada na fabricação de anabolizantes clandestinos levanta a importância da fiscalização e controle rigoroso sobre a produção e venda de produtos que afetam diretamente a saúde pública. A atuação conjunta das autoridades policiais e do Ministério Público demonstra a necessidade de combater de forma eficaz o crime organizado no Brasil, especialmente no que se refere à comercialização de substâncias nocivas e ilegais. A população deve estar atenta e cuidadosa ao adquirir qualquer tipo de suplemento ou medicamento, priorizando a segurança e a legalidade dos produtos consumidos.