Quadrilha é presa por “golpe do precatório” em operação policial no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou nesta quarta-feira (2/8) a Operação Maracanaú, que resultou na prisão de uma associação criminosa suspeita de aplicar o “golpe do precatório”. A quadrilha atuava por meio de aplicativos de mensagens e mirava moradores de Taguatinga, sendo denunciada por estelionato em janeiro último.

Durante a operação, a PCDF cumpriu três mandados de prisão e quatro de busca e apreensão. Os investigados, com idades entre 27 e 35 anos, foram autuados por estelionato. Segundo o delegado-chefe-adjunto da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), Thiago Boeing, os criminosos se passavam por funcionários públicos para enganar as vítimas.

O membros da quadrilha convenciam os alvos de que possuíam precatórios a receber, instruindo-os a entrar em contato com um suposto escritório de advocacia. Quando os alvos retornavam o contato, os golpistas confirmavam a liberação dos precatórios e direcionavam os clientes para outro membro do grupo, que se fazia passar por funcionário do Tribunal de Justiça, exigindo o pagamento de supostos impostos para liberar a quantia.

As investigações da PCDF revelaram que os suspeitos atuavam em diferentes estados, incluindo São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, utilizando a mesma estratégia de fraude. A quantidade total de vítimas ainda não pôde ser determinada pelas autoridades.

Os envolvidos no golpe podem ser enquadrados nos crimes de estelionato, na modalidade de fraude eletrônica, e também por associação criminosa. Caso sejam condenados, os acusados podem enfrentar pena de mais de 20 anos de prisão.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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