Quadrilha é presa por falsificação de passaportes

Policiais da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) prenderam nesta segunda-feira (27), membros de uma quadrilha acusada de falsificar passaportes europeus. Em média, eram pagos cerca de 10 mil euros por cada passaporte falsificado.

Segundo o delegado Cleiton Manoel a apreensão foi grande e as investigações vão continuar. “Foram apreendidos diversos materiais falsificados. Certidões de nascimento, certidões de casamento, certidões de inteiro teor, escrituras públicas. Então temos uma vasta documentação falsificada. Esses documentos eram falsificados pelos próprios falsários e estamos investigando para ver se existe a participação de agentes públicos e até cartorários”, comentou o investigador.

No meio do ano passado ocorreram prisões no Reino Unido que a Deic acredita estar relacionado com a quadrilha. Além disso, outro caso similar foi registrado em Minas Gerais. O delegado afirmou que muitos brasileiros podem perder o seu passaporte. “A Deic entrará em contato com a embaixada de cada país e com certeza eles terão os passaportes cassados”.

O esquema

A quadrilha ligava brasileiros a pessoas vindas da Europa para o Brasil há muito tempo e simulavam parentescos que não existiam. Dessa forma, eles retiravam passaporte europeu na Inglaterra, Espanha, Portugal. Em posse desse passaporte, eles se tornavam cidadãos desses países e poderiam utilizar-se de todos os benefícios que um cidadão de lá possuía como saúde, educação, transporte, etc.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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