Quadrilha transmitindo morte ao vivo é presa no PR: vítima queimada e sem mãos. Suspeitos compartilhavam “lives” com traficantes.

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Quadrilha suspeita de transmitir morte de mulher ao vivo é presa no PR

Segundo autoridades, a vítima foi encontrada queimada e sem as mãos. Transmissões ao vivo eram compartilhadas com traficantes da região

Criminosos de uma quadrilha, sendo um deles adolescente, foram alvo da Polícia Civil do Paraná (PCPR) pela suspeita de assassinar uma mulher e transmitir o crime durante “lives” encaminhadas a traficantes da região de Sengés, nos Campos Gerais do Paraná.

A organização criminosa foi descoberta após uma vítima ter conseguido fugir do “tribunal” do crime.

O adolescente foi apreendido na sexta-feira (7/3) e, em seguida, encaminhado a um Centro de Socioeducação. Os outros três integrantes acabaram presos na terça-feira (11/3) e quarta-feira (12/3) em Sengés, na região dos Campos Gerais, e em Itararé, em São Paulo. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

SAIBA O QUE ACONTECEU

– Segundo a PCPR, os integrantes da quadrilha foram identificados a partir de uma investigação sobre o homicídio de Eunice Fernandes de Oliveira, de 33 anos. Na ocasião, o corpo da vítima foi localizado em uma cova rasa nos arredores da zona urbana de Sengés, com sinais de tortura, queimado e sem as mãos.
– A vítima estava desaparecida desde 7 de janeiro de 2025, e o reconhecimento do corpo foi feito por meio de roupas encontradas junto aos restos mortais. De acordo com a PCPR, o crime foi motivado por causa de um furto que a vítima teria praticado; por isso, foi “julgada” pelos suspeitos, todos envolvidos com tráfico de drogas.
– A sessão de tortura e morte de Eunice foram transmitidas em “live” para integrantes do grupo criminoso. Após ser brutalmente agredida, a vítima foi morta com golpes de madeira e, em seguida, teve o corpo queimado e enterrado na área onde foi localizada no dia 6 de fevereiro de 2025. A mulher foi encontrada por um morador, que acionou as autoridades.

Em dezembro de 2024, outra mulher foi vítima de crime no mesmo local em que Eunice foi “julgada” pelos bandidos. A vítima, torturada até quase a morte, conseguiu fugir se arrastando após os suspeitos acharem que ela estava morta. Em seguida, ela procurou ajuda e conseguiu ser socorrida.

Os homens presos têm históricos criminais, com condenações por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Eles devem responder pelos crimes de organização criminosa para prática de tráfico de drogas e homicídio, ocultação de cadáver, homicídio qualificado consumado e tortura. A polícia agora investiga o paradeiro de uma terceira vítima, que está desaparecida e pode ter tido o mesmo destino.

INVESTIGAÇÕES E DENÚNCIA SOBRE O CRIME

Conforme as investigações da PCPR, os criminosos levaram Eunice até um local próximo à área urbana de Sengés, por volta das 23h de 6 de janeiro. Após ser acusada de furto, ela foi agredida e torturada durante uma transmissão ao vivo enviada a traficantes da localidade. Um morador da região fez uma denúncia após ver partes do cadáver da vítima. O corpo da mulher foi encontrado em uma cova rasa, queimada e sem as mãos.

A outra vítima, que conseguiu fugir do “tribunal” após ser levada para o mesmo local que Eunice, foi acusada de traição e, segundo autoridades, as agressões também foram transmitidas. Ela foi deixada no local para, posteriormente, ser enterrada pelo grupo. Porém, a mulher conseguiu fugir e pediu socorro. A mulher, que hoje tem dificuldades para se locomover, ficou internada por 15 dias na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital de Ponta Grossa. A vítima sofreu múltiplas fraturas e, durante o tratamento, teve complicações no estado de saúde.

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