Qualidade da uva no RS: produtores se animam com teor de açúcar e aroma

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Teor de açúcar, aroma e volume: produtores e entidades se animam com qualidade
da uva no RS após condições climáticas extremas

Estado passou por enchentes, em maio de 2024, e, mais recentemente, por ondas de
calor. Produção de sucos, vinhos e espumantes impulsiona turismo, gastronomia e
economia do RS.

Safra da uva deve ser 40% maior que no ano passado em todo o estado

“Foi uma safra surpreendente, em volumes e qualidade”. A afirmação do engenheiro
agrônomo do escritório regional da Emater de Caxias do Sul, Enio
Todeschini, é chancelada por produtores de uva do RS e entidades representativas
do setor.

> “Hoje podemos declarar que estamos diante de uma das grandes vindimas que o
> Rio Grande Sul já teve”, anima-se o enólogo e gestor do grupo Valduga, Eduardo
> Valduga.

O RS é o maior produtor de uvas e vinhos do país. A atividade mobiliza
aproximadamente 15 mil famílias em cerca de 45 mil hectares, especialmente em
municípios da Serra. A produção de sucos, vinhos e espumantes impulsiona o
turismo, a gastronomia e a economia do estado.

Levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado prevê
que a produção de uva alcance até 860 mil toneladas (com 745 mil toneladas
destinadas à indústria) na Serra. A estimativa representa um aumento de 55% em
relação à safra anterior.

> “Eu diria que é a safra das safras, pois o último episódio de boa qualidade
> foi em 2020, mas esta foi acima da média, foi uma safra excelente”, afirma o
> presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento de
> Vitivinicultura do estado (Consevitis-RS), Luciano Rebellatto.

Não são apenas os números envolvendo a matéria-prima que se destacam. Conforme
especialistas ouvidos pelo DE, o
teor de açúcar e a coloração dos frutos colhidos também chamaram a atenção. A
tendência é de sabores e aromas mais intensos.

> “Foi uma safra com produtos de muito boa qualidade. Questão de sanidade muito
> boa, excelente teor de açúcar e também a coloração”, complementa Todeschini.

ENCHENTE E ONDAS DE CALOR

O estado passou por condições climáticas extremas ao longo dos últimos meses. Em
maio de 2024, o RS foi atingido por uma enchente que causou mortes e destruição.
Depois, já nos primeiros meses deste ano, uma sequência de ondas de calor
elevou as temperaturas máximas em todas as regiões.

“Os episódios de chuva que aconteceram não chegaram a impactar na produção das
uvas. Alguns vinhedos que foram destruídos conseguiram ser reconstituídos, então
não vamos sentir impacto negativo”, observa Rebellatto.

De acordo com a Emater, a primavera com chuvas regulares, aliada às noites frias
e dias não tão quentes até dezembro, contribuiu na otimização dos processos de
brotação e desenvolvimento dos cachos.

“As plantas têm mecanismos fisiológicos de regulação, de tolerância, de
resistência para fazer frente a situações adversas, principalmente quando se
fala em frio extremo, calor extremo”, pontua o engenheiro agrônomo.

Segundo Rebellatto, com relação aos primeiros meses de 2025, “a pouca chuva em
janeiro e fevereiro foi muito propícia à colheita”, especialmente para o
amadurecimento da uva.

“A falta de chuva ou a baixa quantidade de chuva faz com que a concentração de
açúcar das uvas se amplifique”, finaliza.

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