Quase 50% dos nascimentos em Goiânia são por cesariana

A capital registrou mais de um parto natural por hora, em 2022. Ao todo, as unidades de saúde públicas e privadas de Goiânia registraram 27 procedimentos por hora, totalizando 825 ao mês e 9,9 mil ao ano. O número, inclusive, representa 53% dos 18.689 partos realizados em todo ano passado.

A tendência, porém, é de queda. Isso porque, em 2020, o número de nascimentos de forma normal chegou a 69,7% e, em 2021, 57%, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Mesmo com a queda, o índice da capital é maior do que o do estado. 

Em Goiás, por exemplo, 68,44% dos procedimentos foram feitos de forma normal, conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Vale ressaltar que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de até 15%. 

Para a coordenadora da residência médica em obstetrícia do Hospital Estadual da Mulher (Hemu), Luiza Emylce, o parto normal é mais comum devido à naturalidade, além de ser menos agressivo ao corpo da mulher do que por cesariana . Porém, também há riscos.

“Depende de cada caso, se é primeiro ou segundo parto, da idade da gestante, se a grávida tem alguma doença de base (como hipertensão, diabetes), do tamanho da criança e da mãe, da presença de complicações durante a gravidez como sangramentos ou rotura de bolsa”, explica.

Não há parto melhor

Ainda de acordo com Luiza, não há um parto melhor, pois o procedimento vai depender das condições maternas e fetais. Por exemplo, se a saúde da mãe e do feto estão instáveis, se há proporção entre o tamanho fetal e a pelve materna e se o feto está em posição cefálica (de cabeça para baixo), o parto normal é o mais indicado.

Entretanto, se o feto está em sofrimento ou é muito grande para o corpo da mulher, o parto cesáreo é o mais seguro. Além disso, em casos de insuficiência da placenta e hemorragia, o procedimento cesáreo também é mais indicado. 

“Geralmente, a recuperação num parto normal, que não teve outras complicações, com poucas horas de repouso a mãe já está em condições de realizar os cuidados com o bebê e com ela própria. 

Já após uma cesárea, como tem a anestesia e o pós operatório, a mãe só vai levantar em, aproximadamente, 8 horas e a recuperação da sutura (dos pontos) vai de 10-20 dias para poder realizar suas atividades habituais”, concluiu.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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