Quase metade das mães solo, divorciadas e viúvas arcam sozinha com contas de casa

Quase metade das mães solo, divorciadas e viúvas arcam sozinha com contas de casa

As mudanças socioeconômicas acentuadas pela pandemia evidenciaram algumas questões de gênero no País. Um levantamento inédito revelou números sobre o protagonismo feminino nas famílias brasileiras.  Uma das conclusões da pesquisa é de que 90% das mães são responsáveis pelo custeio das despesas domésticas.

 

No trabalho “Relevância das mulheres nas finanças da família brasileira” produzido pela Serasa com o Instituto Opinion, a influência do estado civil no contexto foi proeminente. A posição de liderança de mães solo, divorciadas ou viúvas no orçamento familiar chega a quase metade (48%) das entrevistadas. Elas têm ao menos um filho para sustentar.

 

São grandes conquistas se pensarmos que até a década de 1960 a mulher tinha que ter autorização do marido para abrir uma conta em banco no Brasil e ter CPF. Tivemos gerações de mulheres que ficaram à margem da vida financeira da família, dependendo de seus companheiros economicamente e das decisões deles sobre o orçamento de casa”, destaca a gerente de Finanças da Serasa, Patrícia Camillo.

 

Outros fatores impulsionaram a situação, como o desejo das mulheres de ocuparem cargos de chefia e a necessidade de assumir as contas após desemprego dos companheiros, por exemplo. Seja por vontade ou por ocasião, o contexto fez com que muitas delas também ficasse endividadas. 

 

A mais recente pesquisa do perfil de inadimplentes da  Confederação Nacional do Comércio (CNC) indica que a maioria são mulheres, de 35 anos, com renda de até dez salários mínimos e com o ensino médio incompleto. Patrícia afirma que o público feminino compõe 55% das renegociações de dívidas no Brasil.

 

“Sem apoio, as mulheres se tornam fonte de renda para manter a família e quitar as contas que chegam todos os meses. Cada vez mais empoderadas também no mundo das finanças, os dados refletem o perfil dessa mãe brasileira que atua ativamente para gerir as finanças da casa sozinha”, lembra Patrícia.

 

Para evitar o “Nome sujo” ou sair dela, 84% das mães solo já apelou a atividades complementares para conseguir renda extra ao emprego fixo. Muitas, inclusive, decidirem se tornar empreendedoras para conseguir gerenciar melhor as jornadas como mãe, trabalhadora e parceira.

 

Responsabilidade financeira da família, por estado civil

 

-Mães solteiras: 48%

Mães divorciadas: 65%

-Mães viúvas: 57% 

-Mães casadas: 32%

Fonte: Serasa

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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