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Quatro em cada dez cirurgias plásticas são reconstrutoras

Última atualização 06/12/2022 | 17:14

O mercado de cirurgia plástica tem sempre bastante demanda para intervenções estéticas, mas as reconstruções também são bastante procuradas nos consultórios médicos. Em todo o País, 40% das operações visam esse objetivo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

“A cirurgia plástica é tão antiga quanto a própria medicina e ela foi desenvolvida baseada em reconstruções. Temos exemplos de reconstruções de mama, após tratamento de câncer, destruição de partes da face devido a acidente de carro, ‘correção’ de deformidades congênitas, como ausência de orelha, dedinhos da mão colados ou lábio leporino”, explica o cirurgião plástico Paulo Renato Simmons.

Pequenas correções que podem ter fim estético e reparador simultaneamente também fazem parte da lista, a exemplo da blefaroplastia. É uma intervenção para retirar o excesso de pele sob os olhos que causa a famosa “pálpebra caída” e pode atrapalhar a visão do paciente. Alguns procedimentos no nariz conseguem resolver a aparência e solucionar alterações funcionais nasais, como desvio de septo.

Adultos e crianças vítimas de queimaduras encontram no viés reparador da medicina plástica a esperança para recuperar qualidade de vida e social com a melhoria da aparência física. “Vai depender se será necessário apenas curativo ou se haverá procedimento com necessidade de enxerto de pele, que é a colocação de pele no local, ou retalhos, que é do próprio organismo. Pacientes que ficaram com alguma sequela fazem também o que chamamos de reconstrução. São realizadas cirurgias para abrir esse tecido e melhorar através de enxertos”, ressalta o cirurgião plástico. 

No país vice-líder em cirurgias plásticas no mundo, Goiás é o quarto no ranking nacional de procedimentos estéticos, de acordo com a regional da SBCP. Empresas de vendas de próteses de silicones apontam o estado como um dos que mais têm procura por intervenção na região dos seios. A vaidade e o alto poder aquisitivo da população ajudam a explicar o cenário favorável para o “estica e puxa” estético que aumentou desde o início da pandemia. A exposição dos olhos durante a pandemia levou muitas pessoas ao consultórios pedindo correção nessa região e também na parte do rosto coberta pela máscara de proteção contra covid. O uso de filtros de fotos e popularização de blogueiras ainda estimularem a busca por resultados iguais ou parecidos das fotos de influenciadores digitais.

Turismo médico

Goiânia é reconhecida como um polo da saúde regional e atrai pacientes interessados em  consultas, procedimentos e cirurgias até do exterior. Um quarto dos visitantes (25,7%) que se hospedaram na rede hoteleira da capital desembarcaram na cidade com esse intuito, de acordo com o censo hoteleiro mais recente, feito entre 2017 e 2018. O chamado turismo da saúde é reflexo da infraestrutura e expertise dos profissionais de diversas especialidades, inclusive de medicina plástica. 

Lipoaspiração, aumento de mama, cirurgia de pálpebra, abdominoplastia, lifting de mama e rinoplastia são os preferidos das pessoas. Com milhares de intervenções realizadas anualmente, os brasileiros perdem apenas para os norte-americanos no número de cirurgias plásticas, conforme dados da Sociedade Internacional da Cirurgia Plástica. A popularização ajudou a baratear e a facilitar o pagamento da realização do sonho de muitas pessoas no Brasil, inclusive por meio de consórcios. Entre as principais capitais brasileiras, Goiânia figura como uma das que tem melhor custo-benefício para o paciente.

O número de profissionais vem acompanhando a demanda em ascensão. De acordo com a SBCP nacional, Goiânia tinha 205 cirurgiões plásticos há três anos. O número é um quinto do contabilizado em São Paulo (1.050), a capital com mais profissionais do País, seguido por Rio de Janeiro (666), Belo Horizonte (322) e Porto Alegre (271).

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