Última atualização 06/02/2018 | 19:21
A Policia Civil, em ação integrada com a Polícia Federal, deflagrou, na manhã desta terça-feira (6), operação que prendeu quatro fiscais do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em Goiás, suspeitos de receberem propina para adulterar quantidades de combustíveis vendidas em bombas em postos do estado no estado. O superintendente do órgão em Goiás, delegado André Abrão, também foi afastado do cargo por não apresentar documentos solicitados pela investigação. Um substituto já assumiu o seu lugar.
Os fiscais recebiam propina de donos de postos de combustíveis para deixarem de realizar autuação de bombas adulteradas, explica o chefe da delegacia da Polícia Federal em Anápolis, Antônio José dos Santos. “Essa operação averiguou corrupção de fiscais do Inmetro que recebiam propinas de donos de postos para não fiscalizar de forma adequada e alguns postos vendiam menos combustível em relação ao que era mostrado na bomba para o consumidor”, explica Antônio. O dono de um posto em Inhumas também foi preso. Os postos investigados ofereciam quantidade de combustível inferior à paga pelo consumidor.
Operações
A “Operação Fiel da Balança” cumpriu, nessa terça-feira, 17 mandados de condução coercitiva e três de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida, Inhumas, Caldas Novas, Pilar de Goiás, Caturaí e Pires do Rio. As operações da Polícia Civil começaram no final de 2015 e, no ano seguinte, seis responsáveis por postos de combustíveis foram presos por entregar menos combustível do que apontava na bomba. “Ainda estamos investigando quanto esses fiscais recebiam para participar da fraude e os prejuízos aos consumidores”.
Operação de 2015 da Polícia Civil investigava fraudes em bombas de combustíveis, na qual eram instalados dispositivos eletrônicos para que os suspeitos entregassem uma quantidade menor de combustível em relação ao que o consumidor pagava, explica o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (DECON), Webert Leonardo Lopes. “Na operação de 2015, começamos o monitoramento dos suspeitos. Em 2016, a DECON visitou 10 postos situados na capital e no interior de Goiás, na qual seis suspeitos foram indiciados”, detalha o delegado.
O que diz o Inmetro?
“O juiz determinou o afastamento do superintendente e a sua substituta já assumiu e o órgão volta a funcionar normalmente. O Inmetro combate a fraude fora e dentro do órgão com medidas disciplinares. Trabalhamos em conjunto com a Polícia Federal para sempre averiguar e cumprir a lei. Quando a denuncia chega nos sempre vamos apurar com a polícia. Não havíamos detectado anteriormente sobre esse caso”, finaliza o presidente do Inmetro, Carlos Augusto Azevedo.
Um dos fiscais do Inmetro continua foragido. Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva e por crimes contra as relações de consumo. A pena pode chegar a 12 anos de reclusão, além de multa. Os presos serão encaminhados à Superintendência da Polícia Federal em Goiás.