Nevoeiro contribuiu para queda de girocóptero em SC, aponta Aeronáutica
Piloto estava com habilitação para esse tipo de aeronave suspensa e não estava qualificado para fazer voo, conforme relatório. Girocóptero caiu em São Francisco do Sul em 2024 e os dois ocupantes morreram.
O nevoeiro que fazia na hora do acidente com o girocóptero que matou duas pessoas em São Francisco do Sul, no Norte
de Santa Catarina, em 2024 contribuiu para a queda, concluiu relatório do Centro
de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica. Além disso, o piloto estava com a habilitação para esse tipo de aeronave suspensa.
A queda do girocóptero ocorreu no bairro Ubatuba em 28 de julho de 2024. O piloto, Eliseu Hupalovski, de 60 anos, e o passageiro, Rogerio Jair Raulino, de 55, morreram no acidente.
De acordo com o relatório do Cenipa, o girocóptero decolou do Aeródromo São Francisco do Sul às 17h18 para realizar um voo local. Porém, o piloto encontrou condições meteorológicas desfavoráveis e perdeu o controle da aeronave. A queda ocorreu às 17h25. Em seguida, o veículo pegou fogo e ficou destruído.
Em relação ao piloto e ao girocóptero, a investigação descobriu que o piloto tinha licença de piloto privado de avião e certificado de piloto desportivo. Porém, estava com a habilitação de girocóptero suspensa desde abril de 2020 por causa de uma ocorrência aeronáutica, não especificada no relatório. O certificado médico aeronáutico do piloto também estava suspenso desde 2020. O piloto também não tinha a habilitação de Voo por Instrumentos. A aeronave não constava no Registro Aeronáutico Brasileiro e não possuía Certificado de Autorização de Voo Experimental. A aeronave não era certificada para voar por instrumentos.
Sobre as condições de voo no momento, o relatório diz que observadores presentes no local informaram que escutaram o som proveniente do motor da aeronave, aparentemente funcionando normalmente. Testemunhas relataram que havia um nevoeiro recém-formado, prejudicando a visibilidade no local. O relatório ainda indica que “é possível que nesse ambiente de visibilidade degradada, o piloto não tenha percebido a entrada em condições de voo por instrumento e o controle da aeronave tenha sido perdido, culminando com o impacto contra o solo”.
Quem pilotava o veículo recreativo era Eliseu Hupalovski, também proprietário. Ele era natural de Curitiba, no Paraná, mas havia se mudado recentemente para a cidade onde ocorreu o acidente. Rogerio Jair Raulino também era piloto, porém, residia em Brusque, município catarinense do Vale do Itajaí. Ele era conhecido como Tio Lé. Eliseu e Rogerio, as vítimas mortas em queda de girocóptero em SC.
A queda ocorreu em uma área residencial, a cerca de 3 quilômetros distante do aeroporto, mas a aeronave não atingiu nenhuma casa. Uma das testemunhas da queda relatou que havia nevoeiro marítimo no momento do acidente. José Nicolau de Souza, responsável pela equipe de Bombeiros Voluntários que atendeu a ocorrência, informou que a queda foi muito próxima das casas. Ele acredita, pelo local onde caiu, que o piloto “provavelmente sentiu” que cairiam e fez uma manobra para desviar das residências.