Racha entre aldeias Kaingang: Conflito após eleição de cacique deixa 200 desabrigados no Paraná

Racha entre aldeias após eleição de cacique: entenda confronto entre Kaingangs
que deixou feridos e 200 desabrigados no Paraná

Membros de duas aldeias que viviam em uma só comunidade até 2024 entraram em
conflito em 2025. Briga generalizada teve casas incendiadas e espancamentos.
Reuniões não chegaram a acordos.

Aldeias que brigaram no PR não chegam a um acordo e mais de 200 indígenas seguem
desabriga.

As aldeias indígenas da etnia Kaingang que entraram em um confronto que terminou
com feridos e mais de 200 pessoas desabrigadas
viviam em uma só comunidade até 2024, quando se dividiram.

O “racha” aconteceu no início daquele ano, após divergências durante a eleição
pelo novo cacique da região central do Paraná.

As informações constam nas atas das reuniões que foram realizadas com
representantes das aldeias após a briga
– quando pelo menos sete vítimas tiveram ferimentos graves e 60 casas foram
queimadas. Os encontros foram mediados por instituições, mas não chegaram a
nenhum acordo. Saiba mais abaixo.

“Foi relatado que o conflito vem acontecendo devido às famílias que estão
ocupando o povoamento de Campina não aceitarem a eleição do cacique Domingos, da
terra indígena de Ivaí”, aponta um dos documentos.

Segundo informações apuradas pela RPC, os grupos viviam em conjunto em um
território na cidade de Manoel Ribas, chamado de
“aldeia Ivaí”, até fevereiro de 2024, quando houve uma nova eleição para
cacique.

“A eleição foi motivada por um grupo de oposição ao atual Cacique Domigues.
Porém, esse grupo perdeu a eleição e foi mantido o Cacique Domingues.
Insatisfeitos, eles se negaram a permanecer na aldeia Ivaí e iniciaram uma
nova aldeia a uns 8 km da aldeia principal, que passaram a chamar de ‘aldeia
da Serrinha'”, detalhou uma fonte que prefere não ser identificada.

As informações também apontam que a nova aldeia se instalou no território da
cidade vizinha de Pitanga e passou a ser liderada por um novo cacique.

“De lá pra cá, começaram os conflitos”, relata a fonte.

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REUNIÕES TERMINARAM SEM ACORDOS E INDÍGENAS CONTINUAM DESABRIGADOS

Cerca de 60 casas foram queimadas no conflito — Foto: Polícia Militar

O conflito aconteceu na madrugada de sábado (6). Relembre detalhes mais abaixo.

Na terça-feira (7) duas reuniões foram realizadas – uma em cada aldeia. Elas
reuniram representantes dos grupos indígenas, do Conselho Estadual dos Povos
Indígenas, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), prefeituras
municipais da região, entre outros.

Segundo as atas, não se chegou a nenhum acordo porque nenhum dos lados cedeu.

O vice-presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas, cacique Miguel
Alves, explica que os indígenas da Ivaí não concordam que a comunidade da
Serrinha continue vivendo nas terras em que estava e, por outro lado, os
indígenas da Serrinha não pretendem sair do local.

Com isso, 242 indígenas, entre eles 35 crianças, seguem desabrigados. Eles
tiveram as casas incendiadas e estão alojados no Colégio Estadual do Campo São
João da Colina – que deve iniciar o ano letivo em 5 de fevereiro.

Em nota, a Funai disse que acompanha o caso.

“Ao ser informada sobre o conflito, a instituição entrou em contato com as
lideranças indígenas locais e acionou a Polícia Federal para que as providências
necessárias fossem adotadas. Além disso, a Funai mantém diálogo com as
comunidades indígenas e as autoridades locais para que o impasse seja
solucionado com a maior rapidez possível”, diz o texto.

RELEMBRE A BRIGA ENTRE AS ALDEIA

Briga entre aldeias termina com 200 indígenas Kaingang desabrigados e 60 casas
queimadas

De acordo com a Polícia Militar (PM-PR), a briga aconteceu na madrugada de
sábado (6). Assista ao vídeo dos estragos acima.

A corporação afirma que o conflito começou depois que indígenas da aldeia Ivaí,
da cidade de Manoel Ribas, foram de carro até o limite com a aldeia da Serrinha,
em Pitanga, para cuidar de máquinas agrícolas que estavam aplicando veneno em
uma lavoura.

No local, ainda segundo a PM, os indígenas de Ivaí foram espancados pelos
membros da aldeia rival.

O registro da PM diz, também, que após as primeiras agressões, indígenas da
aldeia Ivaí souberam da confusão e foram até o local onde começou uma briga
generalizada.

Seis pessoas ficaram gravemente feridas e foram internadas em um hospital de
Manoel Ribas. Outras pessoas tiveram ferimentos leves e foram socorridas por
equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Pitanga.

No conflito, os indígenas que viviam na aldeia da Serrinha tiveram as casas e
veículos incendiados.

O caso está sendo investigado.

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Mulher ferida por fogos de artifício no réveillon em SC mostra melhora dos ferimentos

Mulher atingida por fogos de artifício dentro de apartamento no réveillon em Santa Catarina
mostra melhora dos ferimentos

‘Era para eu estar aproveitando as férias e o verão, e não foi possível’, disse
a gaúcha Bianca Miranda, de 27 anos. Caso aconteceu em Navegantes e é
investigado pela Polícia Civil.

Mulher é atingida por fogos de artifício na virada do ano em apartamento de Santa Catarina.

A turista Bianca Miranda, atingida por fogos de artifício dentro de um
apartamento no réveillon em Navegantes, litoral de Santa
Catarina, disse que tem adaptado sua rotina para tratar as queimaduras no tórax
e nas mãos, e que se preocupa com possíveis cicatrizes. O caso é investigado
pela Polícia Civil.

“Eu não consigo pegar sol, tomar banho de mar ou piscina. Estou dentro de casa
no verão. Mudou totalmente, era para eu estar aproveitando as férias e o verão,
e não foi possível”, comentou.

Ao DE, ela mostrou a evolução do
ferimento no peito, onde chegou a perder pele, na sexta-feira (10).

Dez dias após o incidente, ela segue fazendo curativos todos os dias e já
enxerga melhora com os cuidados. A gaúcha de 27 anos relatou que, mesmo assim,
também precisa cobrir a pele ao sair de casa.

“Dói ao sair no sol. No início é assim mesmo, muito sensível a pele”, comentou.

O caso aconteceu no réveillon de 2025, enquanto a jovem e o marido assistiam aos
fogos da janela do apartamento que alugaram para passar férias. Eles voltaram ao
Rio Grande do Sul no dia 6.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o homem e a
mulher, escorados à janela da sala, acompanham a queima de fogos na região.
Enquanto eles vibram pelo novo ano, um artefato explode na jovem. Após o
estouro, a Bianca corre balançando a roupa, aos gritos.

O show pirotécnico fazia parte da programação de fim de ano do município e
ocorreu na beira do mar. Segundo a prefeitura, a montagem foi feita “por
brigadistas como determina a legislação”.

Em nota divulgada à imprensa, o município lamentou o acidente e afirmou que
“instaurou um procedimento administrativo contra a empresa que venceu a
licitação e foi a responsável pelos fogos”.

Procurados, os bombeiros disseram que apuram o que ocorreu, mas anteciparam que
todos os documentos estavam regulares e que a montagem dos fogos ocorreu dentro
da distância de segurança.

Já a Polícia Civil informou que instaurou inquérito policial pra apurar os
fatos, “especialmente a responsabilidade de quem soltou os fogos que atingiram
esse apartamento e causou as lesões”, segundo o delegado Osnei de Oliveira.

Navegantes tem legislação que proíbe fogos de artifício desde 2020. O artigo 1º
da Lei nº 3.470 de 2020 “a venda, o manuseio, a utilização, a queima e soltura
de fogos de artifícios com estampidos, assim como de quaisquer artefatos
pirotécnicos e efeitos sonoros ou ruídos” são proibidos.

O QUE DIZ A PREFEITURA

A Prefeitura de Navegantes instaurou procedimento administrativo contra a
empresa responsável pela soltura dos fogos de artifício na noite de ano novo. No
polo montado no Centro da cidade, um dos fogos atingiu um prédio e feriu uma
turista que assistia à festa da janela ao lado do marido. Ela sofreu
queimaduras, foi atendida no Hospital Municipal Nossa Senhora dos Navegantes e
está sendo acompanhada pela Secretaria da Saúde da cidade.

“A prefeitura não se omitiu no caso, está prestando toda assistência ao casal de
turistas e a empresa responsável sofrerá as penalidades cabíveis”, explicou o
secretário de Turismo, Luciano Maibuk, responsável pela organização da festa da
virada.

A Procuradoria Geral do Município instaurou um Procedimento Administrativo de
Inexecução Contratual para aplicar as medidas de responsabilização cabíveis e
também vai prestar assistência e orientações necessárias ao casal. O secretário
de Saúde de Navegantes, Pablo Sebastian Velho, está em contato direto com o
casal para o atendimento e acompanhamento necessários.

O QUE DIZ O CORPO DE BOMBEIROS

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) informa que, durante a
queima de fogos realizada no município de Navegantes, na noite de ontem, ocorreu
um incidente envolvendo a direção de ao menos um dos artefatos pirotécnicos,
disparado em direção a apartamentos da orla.

Conforme primeira apuração, os documentos exigidos pela Instrução Normativa nº
27 – Prevenção em Espetáculos Pirotécnicos foram apresentados previamente e
estavam de acordo com os requisitos estabelecidos, incluindo o responsável
técnico devidamente habilitado.

De acordo com a referida normativa, cabe ao responsável técnico assegurar o
cumprimento das normas de segurança, como o monitoramento da área de queda dos
fogos e a manutenção dos afastamentos mínimos previstos para andamento seguro do
espetáculo.

O CBMSC reforça que diligências adicionais serão avaliadas, como a pertinência
de ações de perícia no local.

Reiteramos nosso compromisso com a segurança da população e reforçamos que
medidas preventivas e fiscalizatórias continuam sendo uma prioridade para o
Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, dentro dos limites legais e
normativos estabelecidos.

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