Rafael da Silva Titara, também conhecido como Galo, teve a sua prisão decretada pela Polícia Civil após a descoberta de sua verdadeira identidade em uma investigação. Ele foi apontado como suspeito de integrar o Comando Vermelho (CV) e de chefiar o tráfico na favela Az de Ouro, localizada entre Anchieta e Nilópolis, na divisa entre o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense. De acordo com investigações realizadas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e pela 14ª DP, ele viajou para o exterior e chegou a passar 15 dias em Paris, na França, em junho de 2025.
A Polícia Civil conseguiu identificar Rafael em uma foto publicada em suas redes sociais, onde ele aparece em frente à Torre Eiffel, um dos cartões postais de Paris. Usando o codinome Galo para evitar ser identificado, Rafael conseguiu viajar para o exterior, pois na época não havia mandado de prisão expedido em seu nome. Ele fazia parte de uma quadrilha ligada a Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, um dos chefes do CV responsável pelo tráfico de drogas no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Em decorrência da identificação pela polícia, a prisão preventiva de Rafael da Silva Titara foi decretada pela 26ª Vara Criminal do Rio. Embora ele tenha conseguido escapar do cerco policial, outras 13 pessoas suspeitas do mesmo bando foram localizadas e presas. No total, foram expedidos 36 mandados de prisão e 72 de busca e apreensão. Rafael também é apontado como chefe da “Tropa do César”, um braço-armado do grupo do tráfico na favela Az de Ouro.
A investigação da Polícia Civil mapeou toda a estrutura criminosa que controlava a área da comunidade Az de Ouro, identificando os integrantes da quadrilha e suas funções específicas. Entre os 36 criminosos identificados estão chefes operacionais, gerentes do tráfico, distribuidores de armas e responsáveis pela arrecadação e movimentação financeira. O grupo obtinha dinheiro por meio de roubos de veículos, cargas, venda de drogas e extorsões, para comprar armas em países fronteiriços com o Brasil.
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, a polícia apreendeu material que será utilizado para uma nova fase da investigação. Entre as descobertas feitas pelo setor de inteligência das delegacias envolvidas está o funcionamento de um tribunal do tráfico na favela Az de Ouro, onde um morador teria sido executado em maio de 2025. O grupo criminoso atuava com pelo menos quatro núcleos diferentes, incluindo financeiro, roubo de veículos, guerra e invasões, e marketing.
Ao explicar os detalhes da investigação, o delegado destacou a estrutura de governança da organização criminosa na região, revelando que aproximadamente 95% dos indivíduos associados atuavam na Az de Ouro. A polícia identificou ainda um núcleo financeiro responsável por enviar dinheiro para regiões fronteiriças, um núcleo de roubo de veículos e um núcleo de marketing. A operação policial resultou na prisão de vários suspeitos e na apreensão de peças de veículos roubados, além de fornecer informações para desbaratar a ação criminosa na região.




