Após quase dez anos de funcionamento, a Raízen anunciou a interrupção da produção de etanol de segunda geração (E2G) no Parque de Bioenergia da Usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP), a partir da próxima safra, com início em 1º de abril de 2025. A planta foi primeira a ser inaugurada para produzir de etanol celulósico do grupo, e, agora, segundo comunicado feito a acionistas e ao mercado, nesta última sexta-feira (17), passará a fazer testes e “futuros desenvolvimentos” do biocombustível. O comunicado ainda informa que a planta passou por aprimoramentos e transformações para melhoramentos da tecnologia de produção do etanol longo de uma década de operação.
A primeira planta do combustível produzido pelo bagaço da cana-de-açúcar no Brasil foi inaugurada em julho de 2025. Na época, a Raízen estimava que as oito fábricas façam 1 bilhão de litros do chamado etanol “2G” por ano. Após a inauguração da primeira usina de etanol 2G no Brasil nesta quarta, a Raízen esperava aumento mínimo de 50% na produtividade, sem precisar ampliar a área de plantio, chegando a 290 litros de combustível por tonelada de matéria seca. A nova planta será integrada à unidade Costa Pinto, também do grupo.
Construída em uma área de 30 mil metros quadrados e com capacidade para produzir 42 milhões de litros por ano, a unidade em Piracicaba é a primeira no país destinada exclusivamente para a produção desse tipo de combustível, segundo a empresa. A fábrica custou R$ 237 milhões e parte dos recursos são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As sete novas plantas serão construídas quando o custo de produção do etanol de segunda geração ficar no mesmo patamar que o de primeira. Quando anunciou a construção das usinas, a Raízen não informou onde serão localizadas as próximas fábricas do novo combustível, mas afirmou que elas não precisam ser integradas à usina já existente, como do caso da inaugurada nesta quarta em Piracicaba.
O etanol celulósico chegou às bombas de combustível no final de 2014 em Piracicaba. Com sede na cidade, a Raízen forneceu 200 mil litros do 2G a um posto no município no dia 17 de dezembro. Foi a primeira vez que o produto foi comercializado no país, segundo a empresa. Com isso, a Raízen demonstra seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento tecnológico na área de biocombustíveis, buscando aprimorar a eficiência e a sustentabilidade de seus processos produtivos.
A decisão de interromper a produção de etanol 2G em Piracicaba reflete uma reavaliação estratégica dos investimentos e das metas da Raízen em relação ao mercado de biocombustíveis. Com um histórico de inovação e pioneirismo, a empresa segue em busca de soluções sustentáveis que possam contribuir para a transição energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa. Assim, a Raízen reafirma seu compromisso com a promoção de práticas ambientalmente responsáveis e a busca por um futuro mais limpo e sustentável para as próximas gerações.