Como Veiga se preparou, previu e decidiu jogo que colocou o Palmeiras na final
da Libertadores
Em entrevista ao ge, meia comentou não ter noção de idolatria, citou
dificuldades e detalhou os gols contra LDU: “Ficava repetindo para mim o tempo
inteiro que eu ia fazer o quarto gol”
“Ontem era meu momento”: veja participação de Raphael Veiga no Seleção sportv
Os gols marcados por Raphael Veiga na última quinta-feira, no Allianz Parque,
que garantiram a classificação do Palmeiras à final da Conmebol Libertadores, começaram a ser mentalizados ainda no banco de reservas.
O meia contou que enquanto aguardava a oportunidade de
entrar em campo, ele ficava falando para si mesmo que faria o quarto gol, o da
vaga Alviverde à decisão. A história no fim foi melhor do que ele imaginou.
– Quando eu estava no banco e começou o jogo, eu ficava repetindo para mim o
tempo inteiro que eu ia fazer o quarto gol. E eu ficava falando em voz alta,
acho que se você perguntar para o Lomba, para os meninos do banco, não sei se
eles ouviram, mas eu fico falando muito. Às vezes quem olha e não me conhece,
fala: “poxa, ele parece um doido, fica falando sozinho” (risos). Mas realmente
sou doido mesmo para isso – afirmou Veiga.
– E eu ficava repetindo que ia fazer o quarto gol. E quando eu faço o terceiro,
eu acho que eu já tinha repetido tanto isso para mim, que eu acreditei mesmo que
eu ia fazer o quarto gol. E daí eu olhei para os meninos do banco e falei: “Eu
vou fazer mais um”. Que bom que deu tudo certo – acrescentou.
Os dois gols só aumentaram ainda mais a idolatria que Veiga tem com a camisa do
Palmeiras. Torcedor do clube desde a infância, ele foi comprado em 2017 depois
de se destacar pelo Coritiba, teve problemas para se adaptar e foi emprestado ao
Athletico-PR em 2018, após 20 jogos e apenas um gol.
Na volta ao Verdão, engrenou de vez somente a partir da chegada de Abel, em
2020, quando virou titular absoluto e passou a ser decisivo. São 373 jogos, 289
como titular, 109 gols e 56 assistências. Gols em finais se tornaram habituais,
tanto que ele é o maior artilheiro da história do clube em decisões.
Veiga, porém, ainda não consegue se enxergar como um ídolo por talvez não
desfrutar das vitórias e feitos pelo Verdão. A cobrança por ser cada vez melhor
o tira dessa atmosfera.
– Não tenho noção ainda (da idolatria). Alguns amigos perguntam para mim, mas eu
acho que a ficha só vai cair quando realmente eu parar de jogar ou passar algum
tempo. Porque hoje mesmo eu não tenho noção. Acho que mais meus amigos, minha
família, meu pai, meu irmão, minha mãe vivem isso, desfrutam mais do que eu.
Acho que eu poderia desfrutar de tudo isso – contou.
– Sempre falei que meu sonho era jogar um jogo pelo Palmeiras. Estou chegando a
quase 400 jogos. Eu nunca imaginei isso. E realmente é um motivo de muita
alegria para mim – completou.
O “renascimento” de Raphael Veiga na última quinta-feira acontece justamente em
um momento de dificuldade. O meia vive uma temporada de dificuldade para
encaixar no time, além de ter perdido pênalti importante na final do Campeonato
Paulista.
Mas, segundo o próprio jogador, o que mais o atrapalhou em 2025 não foi a parte
mental e sim a física. As dores no púbis fizeram ele perder treinos, o que afetou
diretamente seu rendimento.
– Acho que o que me incomodou realmente nesse ano foram as dores que eu sentia e
as limitações que eu tinha às vezes para treinar e para jogar, sabe? Então tinha
vezes que eu fazia tudo, fazia fisioterapia e ali não melhorava. Você acaba se
cobrando, ficando irritado. Então talvez foi uma fase que eu fiquei mais
irritado por conta das dores que eu sentia. Em muitos momentos eu não queria
parar, essa é a verdade. Ali antes do Mundial, que eu queria ir para o Mundial,
eu queria jogar. Mas também eu não conseguia às vezes treinar no meu 100% por
conta de algumas dores.
– E quando eu volto do Mundial ali, também falei: “Não, eu vou continuar sem
parar”. Porque eu não sou um cara que eu gosto de ficar parado, né? Eu nunca fui
de me machucar muito. Mas quando senti, eu falei: “melhor eu parar e daí trato”.
Óbvio que a questão do púbis sempre está 100%. Tem horas que incomoda um
pouquinho, mas nada comparado ao que já foi. Mas é isso, eu acho que o jogador,
eu falo que precisa sempre de confiança e de sequência. E jogar sem dor. Então
eu fico feliz por isso. E agora é cada vez mais jogar mais jogos para me sentir
melhor. E as coisas continuam acontecendo.




