Rapper Hungria segue internado em UTI no DF; médicos interrompem hemodiálise
Segundo equipe médica, artista mantém boa evolução clínica. Investigação da Polícia Civil do DF descartou presença de metanol em bebidas consumidas por Hungria em Brasília.
1 de 2 Fotos publicadas nas redes sociais do rapper Hungria. — Foto: Redes Sociais/reprodução
O rapper Hungria segue internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília. De acordo com a equipe médica do hospital, o artista “mantém boa evolução clínica, tendo sido suspensa a hemodiálise”.
Hungria está internado desde a última quinta-feira (2), com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol.
No entanto, nesta sexta-feira (3), a Polícia Civil (PCDF) divulgou exames que descartaram a presença de metanol nas garrafas de bebidas consumidas pelo rapper no DF.
O cantor também havia consumido bebida alcoólica durante viagem a São Paulo no último fim de semana. Ele fez shows em cidades do interior na sexta, no sábado e no domingo.
Os lotes das bebidas consumidas em SP e no DF seguem em investigação. A casa noturna do show de domingo (28) em São Bernardo do Campo e a distribuidora onde Hungria comprou bebidas no DF, na quarta (1º), foram interditadas preventivamente e também são investigadas.
Além da perícia nas bebidas e nos pontos de venda, exames de sangue do próprio rapper também foram coletados para confirmar a intoxicação por metanol. O resultado dos exames hospitalares, no entanto, só deve sair na próxima semana.
PRIMEIRO CASO SUSPEITO NO DF
O rapper Hungria, de 34 anos, foi internado em Brasília, nesta quinta-feira (2) por suspeita de ter ingerido “bebida adulterada”. Antes de procurar atendimento médico, Hungria bebeu vodca na casa de um amigo durante a madrugada em Vicente Pires, região do DF a cerca de 20 km do centro de Brasília. A informação é da assessoria do cantor. Ainda de acordo com a assessoria, o rapper foi o único a ingerir essa bebida que pode ter causado a intoxicação.
O QUE É METANOL?
Metanol em bebidas: só teste de laboratório pode detectar
O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. É altamente perigoso quando ingerido. O metanol: o que é a substância usada em adulteração de combustíveis em esquema do grupo criminoso PCC. Ministério da Saúde negocia com OMS criação de reserva de antídoto para intoxicação por metanol.
A substância, altamente tóxica e de difícil detecção, já provocou dezenas de internações e pelo menos três mortes em São Paulo nas últimas semanas.
COMO AS INTOXICAÇÕES ACONTECERAM?
Segundo as investigações, os falsificadores “batizavam” bebidas alcoólicas, como gin e vodca de marcas famosas, com o metanol. Em seguida, o produto era comercializado e consumido pelas vítimas. Até o momento, não há informações sobre em qual etapa da produção ou distribuição ocorreu a adulteração, quem seriam os responsáveis pelo crime e quais outros tipos de destilados podem ter sido comprometidos.
No Distrito Federal, a Polícia Civil interditou a distribuidora de bebidas em Vicente Pires onde o rapper Hungria comprou um litro de vodca na quarta. Em nota, a empresa negou irregularidades. Policiais também recolheram garrafas do mesmo lote do produto em um supermercado de Águas Claras.
QUAL É A ORIGEM DO METANOL USADO NAS ADULTERAÇÕES?
A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) suspeita que o metanol usado para adulterar bebidas seja o mesmo que vinha sendo importado ilegalmente pelo PCC para adulterar combustíveis.
2 de 2 Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. — Foto: Arte/g1
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