Rebaixamento ameaça clubes recém-promovidos na Premier League

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Zona de rebaixamento da Premier League tem apenas clubes recém-promovidos

Southampton, Leicester e Ipswich Town correm risco de retornar à Championship. A volta do Southampton à Premier League tem sido desastrosa, colocando o clube na rota para se tornar o pior time da história da competição.

Enquanto os outros dois times promovidos na última temporada – Leicester e Ipswich Town – apresentam desempenho ligeiramente melhor, a tendência preocupante de clubes recém-promovidos não conseguirem se manter na elite se acentua.

Com apenas nove pontos em 27 jogos, o Southampton parece condenado ao rebaixamento. Seu único objetivo agora é evitar ultrapassar a marca negativa do Derby County, que somou apenas 11 pontos na temporada 2007-08.

Já Leicester e Ipswich, ambos com 17 pontos, ainda sonham com a permanência, mas estão cinco atrás do Wolverhampton, 17º colocado e em situação bem mais confortável.

Caso o trio de promovidos seja rebaixado, será a segunda temporada consecutiva em que todos os clubes que subiram retornam imediatamente à Championship. No último ano, Sheffield United, Burnley e Luton Town foram rebaixados, apesar das punições com perda de pontos aplicadas a Nottingham Forest e Everton.

Desde a temporada 1997-98 até o último ano, pelo menos um dos promovidos conseguia escapar da degola. No entanto, a disparidade entre a Championship e a Premier League está se tornando cada vez maior. Se a atual lanterna se concretizar, 10 dos últimos 15 clubes promovidos terão sido rebaixados na temporada seguinte.

Na temporada 2020-21, dois dos três promovidos caíram, cenário repetido no ano seguinte. A exceção foi 2022-23, quando Fulham, Bournemouth e Nottingham Forest conseguiram se manter e continuam a crescer na elite.

Já na temporada passada, os três clubes que subiram somaram, juntos, menos de 0,6 ponto por jogo, com o Luton registrando a pior pontuação já vista por um 18º colocado na história da Premier League.

O desempenho dos três últimos colocados nesta temporada é ainda pior e caminha para um recorde negativo. O Southampton não venceu nenhuma das nove primeiras partidas, enquanto o Ipswich ficou 10 jogos sem triunfar. Já o Leicester começou bem, mas sofreu uma queda vertiginosa e perdeu 10 dos últimos 11 confrontos.

A falta de recursos também pesa. Segundo o site especializado Transfermarkt, Southampton, Ipswich e Leicester possuem os elencos de menor valor da liga. O Ipswich, por exemplo, gastou cerca de 11 milhões de libras (cerca de R$ 80 milhões) em salários na temporada de acesso – valor inferior ao que Erling Haaland recebe anualmente no Manchester City.

Além disso, as regras de lucro e sustentabilidade da liga tornam arriscado um grande investimento em contratações.

“O Nottingham Forest gastou pesado quando subiu e acabou sendo punido com perda de pontos”, afirmou Dan Plumley, especialista em finanças do futebol da Universidade Sheffield Hallam. “Os clubes promovidos sempre têm escolhas, mas investir muito é sempre um risco, pois mesmo gastando o mesmo que os times da parte inferior da tabela, a adaptação à liga pode ser difícil”.

A tabela atual reflete esse desafio: enquanto clubes como Nottingham Forest, Bournemouth, Brighton, Fulham e Brentford consolidam suas posições na elite, os promovidos sofrem para se adaptar taticamente e financeiramente.

Russell Martin, treinador que levou o Southampton de volta à Premier League, foi elogiado por seu estilo ofensivo, mas sua falta de pragmatismo na elite se mostrou um erro fatal e resultou em sua demissão.

Ainda assim, há esperança. Sheffield United e Burnley têm boas chances de retornar à Premier League na próxima temporada, e o Leeds United, rebaixado em 2023, lidera a Championship. Caso subam, esses clubes buscarão seguir o exemplo de Brentford e Brighton, que deixaram de ser “times ioiô” para se estabelecerem na elite do futebol inglês.

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