Rebeldes avançam contra regime de Assad e cercam Damasco: situação tensa na Síria

Rebeldes avançam contra regime de Assad na Síria e cercam Damasco

A ofensiva contra governo de Bashar al-Assad na Síria dura 11 dias, com rebeldes se aproximando da capital do país, Damasco. A ação é liderada pela Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), organização jihadista ligada à Al-Qaeda no passado.

Por meio de um comunicado, o grupo que lidera a ofensiva contra as forças de Assad afirmou que a “fase final” da operação “Dissuasão da Agressão” está em curso. “Nossas forças começaram a implementar a fase final [do plano], cercando a capital, Damasco”, disse o texto.

Há relatos de diversos distritos e vilas próximos à capital síria sob domínio dos rebeldes, que, desde 27 de novembro, iniciaram os ataques. Na sexta-feira (6/12), o HTS anunciou ter tomado o controle de posições importantes das forças do regime de Assad em Daraa, Sueida e Quneitra – três das 14 províncias do país.

Aleppo, a segunda maior cidade do país, foi o primeiro alvo dos insurgentes, que também avançaram sobre Hama e Homs. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, na sigla em inglês) informou que rebeldes passaram a controlar diversos pontos nas províncias do país.

Mesmo com o iminente risco de colapso total do governo e da marcha dos grupos em direção a Damasco, o gabinete de Bashar al-Assad informou que ele mantém as atividades em Damasco. “A Presidência da República Árabe Síria também confirma que o senhor presidente prossegue o trabalho e as tarefas nacionais e constitucionais a partir da capital”, comunicou o gabinete neste sábado (7/12).

A situação na Síria permanece tensa, com os rebeldes avançando e cercando Damasco em meio a uma ofensiva que já dura 11 dias. A oposição luta contra o governo de Bashar al-Assad, em uma ação liderada pela Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), organização jihadista com ligações com a Al-Qaeda no passado.

Os distritos e vilas próximos à capital síria estão sob domínio dos rebeldes, que continuam a avançar e a conquistar posições estratégicas nas províncias do país. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) tem acompanhado de perto os movimentos dos insurgentes, que já controlam diversos pontos importantes.

A cidade de Aleppo foi o primeiro alvo dos rebeldes nesta ofensiva, seguida por Hama e Homs. Com Damasco cercada e a pressão aumentando, o governo de Bashar al-Assad afirma que as atividades na capital continuam normalmente. A comunicação do gabinete do presidente ressaltou que ele segue com suas obrigações constitucionais e nacionais na República Árabe Síria. A população síria aguarda com apreensão os desdobramentos desse conflito que tem impactos significativos no país e na região. A situação é delicada e requer atenção internacional.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Morador de Rua Preso Há 1 Ano por 8 de Janeiro: PGR Pede Soltura

Morador de rua está preso há um ano por 8 de Janeiro e PGR pede soltura

Jeferson Franca da Costa Figueiredo é morador de rua e foi ao QG do Exército em busca de abrigo e comida

Um morador de rua está preso preventivamente há mais de um ano após ser acusado, sem provas concretas, de ter participado dos atos antidemocráticos do dia 8 de Janeiro.

Jeferson Franca da Costa Figueiredo, de 31 anos, é andarilho e foi preso, num primeiro momento, na manhã do dia 9 de janeiro de 2023, em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília.

Em depoimento, o morador de rua contou ter ido ao local na noite anterior para buscar abrigo e comida, após ter sido impedido de ficar em um shopping popular. Ele havia chegado em DE naquele domingo (8/1), de carona em um caminhão, e não tinha onde dormir, de acordo com a Defensoria Pública da União (DPU), que faz a defesa do denunciado.

Jeferson foi solto nove dias depois, em 18 de janeiro, mas retornou à prisão em dezembro após descumprir medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Não há prova nos autos, contudo, de que Jeferson teria participado da depredação dos prédios públicos na Esplanada dos Ministérios, tampouco de que pedia golpe de Estado. Mesmo assim, ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em abril de 2023, pelos crimes de associação criminosa e incitação ao crime.

No último dia 16, porém, o Procurador-Geral da República Paulo Gonet mudou de opinião e se manifestou pela revogação da prisão preventiva do morador de rua.

O QUE A PGR DIZ SOBRE O MORADOR DE RUA

Para a PGR, os registros atestam que o denunciado, desde a adolescência, encontra-se em situação de rua e em posição de vulnerabilidade econômica. Jeferson possui registro no Cadastro Único (CadÚnico) na condição de morador de rua, recebe benefícios sociais e foi atendido em diversos centros de atendimento de pessoa de rua (Centro POP), segundo registros levantados pela DPU.

Diferentes instituições de assistência social também confirmaram que Jeferson é morador de rua.

“Não obstante à natureza multitudinária das infrações penais imputadas, o motivo preponderante do réu de comparecer ao acampamento para se alimentar, reforçado por seu contexto de vulnerabilidade social e pela inexistência de provas em contrário, impede a configuração do concurso de pessoais”, escreveu Gonet.

O procurador destacou também que não forma produzidos laudos ou elementos que indiquem a participação do acusado nos atos antidemocráticos, para além de sua permanência momentânea no acampamento.

“As circunstâncias delineadas não comprovaram, para além da dúvida razoável, que o denunciado tenha se aliado subjetivamente à multidão criminosa e somado seus esforços aos dos demais sujeitos, com a finalidade de consumar as figuras típicas imputadas e, efetivamente, concorrer para sua prática”, prosseguiu.

Em todos os depoimentos, Jeferson relatou que é morador de rua. Ele também explicou que retirou a tornozeleira eletrônica pois tinha dificuldade de obter trabalho, bem como de carregar o equipamento.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp