“Recomendamos ao Hezbollah que não intervenha”, diz porta-voz do exército de Israel

O Hezbollah lançou mísseis e artilharias contra três pontos nos campos de Shabaa, uma região disputada na fronteira entre Israel e Líbano. Conforme divulgado na manhã deste domingo, 08, a invasão do Hamas a Israel já deixou quase mil mortos e aproximadamente 4 mil feridos.

O líder do grupo armado, Hashem Safi al-Din, responsabilizou os Estados Unidos e Israel pelo ataque. Segundo ele, em mensagem encaminhada aos dois países, a violação aos locais islâmicos, assim como a “ultrapassagem dos limites” conduziram a operação palestina. O líder salientou também que a nação islâmica se juntará ao “Dilúvio de al-Aqsa” se os países persistirem. A informação foi divulgada pelo The Times of Israel.

De acordo com o grupo libanês, o ataque foi uma demonstração de “solidariedade” aos palestinos com a operação terrestre, marítima e área lançada pelo Hamas. “A resistência islâmica atacou três oposições do inimigo sionista nos campos de Shabaa ocupados com um grande número de projéteis de artilharia e mísseis guiados”, disse em comunicado.

O Exército israelense, por sua vez, informou que atingiu com um drone uma “infraestrutura terrorista do Hezbollah” em Har Dov, região que faz fronteira. Então, as tensões tiveram continuidade em uma troca de tiros com forças do Hezbollah. O porta-voz do Exército de Israel, Richard Hecht, afirmou que recomendam ao Hezbollah que não intervenha e que “se isso acontecer, estaremos prontos”.

Evasão

Diante da série de acontecimentos, israelenses que moram em cidades que fazem fronteira com o Líbano tiveram que atender às recomendações dos sistemas de segurança de Israel, que consiste em deixar as próprias casas voluntariamente e irem para regiões localizadas ao sul. As cidades próximas à fronteira contam com equipes de emergência e trabalhadores essenciais.

Israel x Hezbollah

O Hezbollah é um dos maiores inimigos de Israel e são apoiados pelo Irã, com laços estreitos com o Hamas, grupo que governa a Faixa de Gaza. Hezbollah e Israel se envolveram em uma guerra, em 2006, deixando mais de 1.200 mortos no Líbano e 160 no país israelense.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) pediu “contenção” para que seja evitada uma “nova escalada”. Segundo a Força, eles detectaram “vários foguetes disparados do sul do Líbano em direção ao território ocupado por Israel”.

A coordenadora da missão da ONU no Líbano, Joanna Weonecka, escreveu no X, antigo Twitter, que estava preocupada com a troca de tiros. Ela ainda pediu que as partes “protejam o Líbano e seu povo de novas conflagrações”.

No sábado, Hezbollah afirmou estar em contato com líderes dos grupos de resistência palestinos e que a ofensiva contra Israel é “uma resposta decisiva à ocupação contínua de Israel e uma mensagem para aqueles que buscam a normalização com Israel”.

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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