A empresa de aviação Azul Linhas Aéreas está passando por um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, com o objetivo de eliminar uma dívida que chega a aproximadamente US$ 2 bilhões. Em maio, a companhia apresentou um pedido de proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências, semelhante à recuperação judicial no Brasil. Nesta quarta-feira (9), a Azul participa de mais uma audiência em solo norte-americano, para discutir os rumos do processo.
Durante a primeira audiência, realizada em maio, a Justiça autorizou um financiamento de US$ 1,6 bilhão para a empresa brasileira, com o objetivo de fortalecer suas operações e estratégias de pagamento de dívidas. A recuperação judicial da Azul prevê a redução de 35% da frota de aeronaves, com a devolução de modelos antigos e a incorporação de aeronaves mais novas e eficientes.
O vice-presidente institucional da Azul detalhou que a redução na frota não implica necessariamente em corte, pois parte dos aviões já estavam inoperantes devido a problemas técnicos. A ideia é modernizar a frota com modelos mais econômicos e avançados, buscando otimizar as operações da companhia. Esse processo de renovação é parte do plano de reestruturação financeira da empresa.
Apesar dos desafios enfrentados nos últimos anos, a Azul garante que o processo de recuperação judicial não impactará seus clientes e não resultará em demissões em massa. A prioridade da companhia é reequilibrar suas finanças, reduzir o endividamento e gerar caixa, mantendo a qualidade e segurança dos serviços oferecidos. A empresa conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos e parceiros estratégicos.
A recuperação judicial da Azul é uma resposta aos impactos da pandemia de Covid-19, às turbulências econômicas e aos desafios na cadeia de suprimentos da aviação. Ao buscar reestruturar suas operações e finanças, a empresa visa garantir sua sustentabilidade e eficiência no mercado. O Ministério dos Portos e Aeroportos acompanha de perto esse processo, acreditando em uma reestruturação bem-sucedida, semelhante ao que ocorreu com outras companhias do setor.
O CEO da Azul, John Rodgerson, ressaltou a importância de enfrentar os desafios recentes da companhia, como a suspensão de rotas e cancelamentos de voos, por meio de medidas como a recuperação judicial e negociações com credores. O objetivo final é fortalecer a empresa e garantir sua competitividade no cenário da aviação nacional e internacional. Trabalhando em conjunto com seus parceiros, a Azul busca superar as adversidades e retomar o crescimento de forma sólida e estratégica.