Rede Casa de Hospitais e Rede Prontobaby suspendem atendimento a pacientes da Unimed Ferj
As empresas afirmam que a dívida é de R$ 240 milhões e o plano de saúde está sendo cobrado sobre os débitos por falta de pagamentos há um ano e meio.
A Rede Casa de Hospitais e a Rede de Atendimento Pediátrico Prontobaby suspenderam na segunda-feira (17) os atendimentos para os pacientes da Unimed DE. As duas afirmam que a seguradora possui uma dívida de mais de R$ 240 milhões. A interrupção deve impactar mais de 12 mil pacientes ao mês, atingindo atendimentos de emergência, exames e cirurgias eletivas.
De acordo com as duas redes, o Ministério Público do Rio de Janeiro e Federal, o Cremerj, a Defensoria Pública, o Procon-RJ e a própria operadora foram notificados sobre a decisão no domingo (16).
“Estamos em contingência de atendimento, buscando uma solução para não deixar os pacientes em risco. Este movimento envolve 13 hospitais, duas empresas de assistência domiciliar, um pronto-atendimento, além do serviço de remoção”, disse Júlia Heringer, CEO da Rede Casa de Hospitais.
As empresas afirmam que a Unimed Ferj está sendo cobrada sobre os débitos por falta de pagamentos há um ano e meio.
A suspensão segue valendo até que os valores devidos sejam regularizados e garantias sobre a continuidade do tratamento seja apresentada.
UNIMED DO BRASIL ASSUME ATENDIMENTO
No dia 11 de novembro, a Unimed do Brasil anunciou que ia assumir de forma integral a responsabilidade pela assistência de todos os beneficiários da Unimed Ferj a partir de 20 de novembro. O acordo foi definido em uma reunião na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A decisão ocorre após uma série de denúncias e autuações envolvendo a Unimed Ferj nos últimos meses. Desde agosto, pacientes com câncer relatam falta de medicamentos, cancelamento de contratos com clínicas conveniadas e precariedade no atendimento no centro oncológico Espaço Cuidar Bem, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
O caso levou a Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor e o Procon-RJ a autuar a operadora por “falhas graves na prestação de serviços”, incluindo longas esperas, atraso em sessões de quimioterapia e falta de estrutura adequada.
Além disso, pais de crianças com deficiência protestaram contra a suspensão de sessões de fisioterapia e terapias comportamentais em setembro, alegando falta de repasses a clínicas contratadas.
A crise financeira da Unimed Ferj também atingiu prestadores de serviço. A rede Oncoclínicas informou que a operadora acumula uma dívida de cerca de R$ 790 milhões, negociada em 94 parcelas. Em setembro, a ANS instaurou um regime de Direção Técnica na Unimed Ferj, com acompanhamento presencial e metas de regularização do atendimento, especialmente a pacientes oncológicos.
Com o novo acordo, a Unimed do Brasil passa a ser responsável pela continuidade do atendimento de todos os segurados no estado. Ainda não há detalhes sobre como será feita a transição das carteirinhas e contratos atuais.




