Rede social X dribla bloqueio no Brasil usando serviço de proxy reverso

Uma mudança no registro dos servidores da rede social X permitiu que usuários brasileiros voltassem a acessar a plataforma, apesar de uma ordem judicial de bloqueio imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A rede social, de propriedade de Elon Musk, adotou um serviço de proxy reverso fornecido pela Cloudflare, o que dificultou o cumprimento da decisão judicial, de acordo com os provedores de internet responsáveis pela restrição.

O serviço contratado pela X funciona como um “escudo” para proteger os servidores da rede social, redirecionando o tráfego por novas rotas e mascarando o IP real do servidor. Isso torna o bloqueio mais difícil, segundo Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT). “O X agora utiliza IPs da Cloudflare, o que torna quase impossível o bloqueio sem afetar outros serviços legítimos e essenciais que também rodam nessa rede”, explicou.

A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e as provedoras de internet estão em contato para avaliar como implementar o bloqueio efetivo, já que o IP registrado pertence agora à Cloudflare, uma empresa que também presta serviços a grandes empresas brasileiras, como bancos. O uso do proxy reverso é comum para aumentar a segurança e a eficiência de sites e aplicativos, funcionando como um intermediário entre os usuários e os servidores, ao mesmo tempo em que esconde o IP verdadeiro.

Pedro Diógenes, diretor técnico da empresa de tecnologia CLM, esclareceu que o serviço é utilizado legitimamente por grandes corporações para proteger seus servidores de ataques diretos. “É como uma barreira invisível que protege a infraestrutura sem prejudicar a experiência dos usuários”, acrescentou.

Apesar da aparente instabilidade no bloqueio, a decisão judicial que suspende o acesso à rede social permanece em vigor, e a Anatel segue investigando relatos de usuários que conseguiram acessar a plataforma após a implementação da mudança nos servidores.

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Empregos ligados à tecnologia cresceram 95% em 10 anos, diz pesquisa

Estudo produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostra que o número de empregos de profissões ligadas à tecnologia aumentou 95% em dez anos, de 2012 a 2022. A maior variação foi para engenheiro de sistemas operacionais em computação, que apresentou elevação de 741,2% na quantidade de vínculos de emprego no período.

A pesquisa foi feita com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, e analisou 30 ocupações ligadas à tecnologia que avançaram no mercado de trabalho brasileiro.

Também obtiveram crescimento expressivo as ocupações de tecnólogo em gestão de TI (450,7%), pesquisador em ciências da computação e informática (579,3%), seguidas de engenheiro de aplicativos em computação (258%) e técnico de planejamento e programação da manutenção (191,2%).

Considerando as oscilações em números absolutos, as funções ligadas à tecnologia que tiveram maior crescimento na quantidade de empregos foram: analista de desenvolvimento de sistemas (117.046 vínculos); programador de sistemas de informação (72.332); técnico de apoio ao usuário de internet (36.372); analista de suporte computacional (32.536); e instalador-reparador de redes telefônicas e de comunicação de dados (24.838).

Em 2012, o conjunto das 30 profissões ligadas à tecnologia analisadas na pesquisa tinha cerca de 445 mil vínculos de trabalho. Já em 2022, o grupo atingiu chegou a 868,1 mil postos de trabalho, representando uma alta de 95%.

“A tecnologia pode e vai gerar muito mais transformações econômicas e sociais, bem como no mercado laboral. Mas isso vai depender também dos níveis de digitalização do mercado consumidor, do rol empresarial e da força de trabalho. Isso passa pela sustentabilidade financeira de cada um desses agentes, mas também de ambientes econômico, trabalhista, tributário, social e de regulação mais favoráveis à absorção da própria inovação”, disse Jaime Vasconcellos, da FecomercioSP.

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