Redes sociais são pontes para atração de crianças por pedófilos e outros criminosos

A Internet, considerada ferramenta de aprendizagem para a criança ou um ‘segura menino’ para os pais, pode também representar perigos aos pequenos usuários e até deixá-los expostos a criminosos como pedófilos, que rondam as plataformas digitais.

Para se ter ideia da quantidade de jovens online, estudo conduzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), apontou que 93% das crianças e adolescentes do país, entre 9 e 17 anos, são usuárias da rede mundiade computadores. 

Para o presidente da Comissão de Direito Digital da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/GO), Cristiano Moreno, a Internet sem a supervisão de um responsável pelo controle parental é ambiente extremamente hostil para crianças, especialmente em jogos online e aplicativos de conversas, onde estão sujeitas a roubo de dados pessoais, exposição a conteúdo pornográfico ou impróprio para idade, além de estarem ao alcance de criminosos.

“Esses criminosos normalmente se valem do ambiente virtual para a prática de pedofilia. Além destes, há outros perigos como Cyber Bullying, Phishing (e-mail maliciosos) e golpes virtuais. É comum a exposição de crianças no ambiente virtual”, explica Cristiano.

Ainda segundo ele, crimes como pedofilia e pornografia não são de acesso fácil como uma publicidade, por exemplo, mas as criança pode ter acesso ao usar dispositivos de um adulto que consome esse tipo de conteúdo. “O abusador também pode usar dos meios virtuais para chegar até a criança ou adolescente sob ameaça e então praticar o crime.”, conclui o advogado.

Traumas para as crianças

Na avaliação do presidente da Comissão de Direito Digital da OAB, a exposição da criança a esse tipo de conteúdo pode acarretar problemas psicológicos como traumas, baixa autoestima, insegurança, ansiedade, estresse, ataques de pânico e até depressão. Quando vitimas de violência sexual, as vítimas podem vir a desenvolver problemas cognitivos, emocionais, comportamentais, sexuais e sociais.

Entretanto, há como a criança usufruir do meio digital e ainda ficar protegida, desde que tenha acompanhamento por parte de um adulto. Cristiano conta que muitos aplicativos e dispositivos possuem sistemas de controle parental.

São ferramentas de monitoramento que são importantes para bloquear conteúdo impróprio por faixa etária e ainda possibilitar o rastreamento de navegação. Além de observação de conteúdo, estas aplicações possibilitam determinar o controle do tempo de uso do dispositivo.

“Vivemos em uma geração cada vez mais conectada e cada vez mais cedo. Crianças com poucos anos já têm acesso a dispositivos conectados à Internet, seja para assistir filmes infantis ou jogos virtuais. Por isso, é extremamente importante para a saúde e desenvolvimento da criança a informação”, diz Cristiano.

Ele reforça que pais ou responsáveis precisam ensinar as crianças, não apenas sobre os perigos do ambiente virtual, como também conscientizá-las sobre o uso correto desta ferramenta. “A Internet dispõe de diversos ambientes que podem ser muito perigosos, por isso deve ser sempre supervisionado”, conclui.

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PF indiciou Bolsonaro e militares por plano de golpe e assassinato de autoridades

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Além do ex-presidente, a PF concluiu que mais 36 pessoas estão envolvidas, entre elas ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), e Braga Netto (Defesa), além de outros militares e aliados do ex-presidente.

O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que os indiciados foram responsáveis por tramas golpistas, ações relacionadas aos atos de 8 de janeiro, e até um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado e prestou depoimento ao STF nesta quinta-feira, 21, sendo considerado um dos últimos testemunhos a serem ouvidos no caso.

Entre os crimes atribuídos aos indiciados estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Plano de assassinato

Além das investigações sobre os atos golpistas, a PF realizou uma operação, na terça-feira (19), contra uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. A organização, composta principalmente por militares das Forças Especiais, visava a realização de um golpe para impedir a posse do governo eleito em 2022.

A investigação revelou que o plano de assassinato foi preparado para o dia 15 de dezembro de 2022, e que Moraes estava sendo monitorado de forma contínua. A organização também tinha a intenção de criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar as consequências de suas ações.

A PF concluiu que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano, o que agrava ainda mais a situação do ex-presidente.

O 8 de Janeiro e as consequências

Em 8 de janeiro de 2023, seguidores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições de 2022. O governo federal decretou intervenção na segurança do Distrito Federal e mais de 1.800 pessoas foram presas nos dias seguintes.

As investigações sobre os atos de 8 de janeiro identificaram financiadores e grupos organizados que planejaram os ataques. Bolsonaro passou a ser investigado após surgirem evidências de que ele havia incentivado discursos golpistas, levando o STF a aceitar denúncias contra centenas de envolvidos. Vários réus já foram condenados por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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