Redes sociais? Siga em frente: o caos é logo ali!

Quanto tempo você passou hoje nas redes sociais? Entendo! Eu também quase nunca sei sobre o tempo perdido. Num dia desses, me peguei olhando as publicações daquela “lupa” do instagram e percebi o quão grave é ter acesso a um volume grande de informações. Durante a minha visita entre posts aleatórios e distintos, li inúmeras notícias das quais nenhuma faria a menor diferença na minha vida pessoal ou profissional. Ao final do dia, uma única certeza: o desgaste acompanhado de uma inexplicável frustração.

Muito tem se falado sobre o “isolamento social” em razão da pandemia, mas o que várias pessoas não perceberam ainda é que começamos a praticar esse distanciamento antes mesmo de a pandemia acontecer. Com quantos amigos da sua rede você pode contar hoje? Quantos você conhece pessoalmente? Quais deles realmente se importam com você? Quantos o ajudaram quando precisou? Quais deles têm algum valor na sua vida? Com quantos você mantém um diálogo normal, além da troca de emojis vazios e superficiais? Na semana passada, nesta mesma rede social, me deparei com um meme muito mais estranho do que engraçado. Nele, afirmava que é impossível um jovem de hoje em dia ter amigos. Nos comentários, vários usuários entraram na brincadeira concordando com a afirmação.

Por um momento, pensei no quão contraditório era aquela situação: os jovens que endossaram a afirmação foram os mesmos que receberam diversas curtidas em suas últimas publicações. Então, as notificações comprovando o sucesso do seu post seriam oriundas de quem? Se a ideia das redes é conectar as pessoas, por que não estamos conectados? Acho difícil e delicado falar sobre o mal das redes, pois ora ou outra nos percebemos como vítimas. Publicamos essa quantidade de fotos pra quem? Por que a necessidade de mostrar que estamos felizes? Por que não conseguimos mais viver uma vida sem os holofotes das redes? Por qual motivo insistimos tanto em alimentar um mal que afeta a nossa saúde mental? Sim, recorramos aos filósofos, sociólogos ou antropólogos para nos responder. 

Em meio a um vazio, nos submetemos a entrar nos “modismos” com um único objetivo: sermos vistos. Ao assistir ao documentário “O Dilema das Redes”, idealizado pelo cineasta americano Jeff Orlowski, a única certeza que temos é de que não somos  apenas vistos como também vigiados e manipulados por algoritmos que vão além do nosso conhecimento sobre o mundo virtual.

A assustadora análise feita por um dos entrevistados, que tem propriedade para falar sobre o poder dos algoritmos, só reafirma o caos. “Existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a de drogas e a de software. Nós queremos entender como, psicologicamente, conseguimos te manipular o mais rápido possível”. Nós só percebemos o quão somos dependentes das redes quando resolvemos nos afastar ou dar um tempo nas publicações. O vazio que chega não tem pressa de ir embora. É quando o caminho se estreita e resta-nos apenas escolher enfrentar a depressão. Ou não! Os índices de suicídios relacionados aos efeitos das redes sociais também são bastante alarmantes. Redes sociais? Siga em frente: o caos é logo ali!

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