Reeducandos vão reciclar e reutilizar materiais inservíveis

Polícia Penal de Goiás e a Defensoria Pública assinaram, na manhã desta segunda-feira, 14, um termo de doação para destinação de materiais inservíveis. Lona, acrílico, metal, ferro, madeira, mobiliários, garrafas pet e demais itens que seriam descartados pela DPE vão para a Seção Industrial do Complexo Prisional Policial Penal Daniella Cruvinel, em Aparecida de Goiânia.

O termo terá vigência de 12 meses, inicialmente. Os reeducandos da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG) vão reciclar e reutilizar os itens em novos materiais.

Materiais inservíveis

A Seção Industrial possui três oficinas permanentes de trabalho e capacitação de mão de obra: marcenaria, serralheria e alfaiataria. Em 2023, essas três oficinas alcançaram produção recorde: foram mais de 8 mil itens fabricados.

“Hoje, a Polícia Penal tem condições de mostrar os trabalhos de ressocialização realizados em nossas unidades prisionais, pois temos um sistema carcerário controlado”, explica o diretor-geral de Polícia Penal, Josimar Pires. “Essas parcerias são importantes para que possamos aumentar, cada vez mais, o número de reeducandos trabalhando”, emenda.

A parceria foi embasada no Programa de Gestão Ambiental e Responsabilidade Social batizado de Cuidar, lançado em 2021 pela Defensoria. O projeto consiste na elaboração de políticas socioambientais a serem adotadas pela instituição, voltadas, inclusive, para o apoio e o fortalecimento de cooperativas de catadores de resíduos recicláveis no estado e demais espaços de reciclagem.

“O Programa Cuidar prioriza atividades realizadas com carinho, zelo e cuidado. Estamos impressionados com a capacidade da Polícia Penal de promover o trabalho no Complexo Prisional. Podemos contribuir para sermos agentes de transformação. Isso nos fortifica”, afirma o diretor-geral de Administração e Planejamento da DPE, Marcelo Graciano Soares.

Ao concluir as assinaturas, o defensor público-geral, Tiago Gregório Fernandes, ressaltou a mudança realizada no sistema penitenciário goiano nos últimos seis anos. “Pude testemunhar essa transformação de cultura dentro do sistema penitenciário. Hoje, temos condições de promover a ressocialização de fato”, finaliza.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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