Reforma Agrária: “Precisa ser debatido, mas de forma responsável”, defende Caiado

O processo da Reforma Agrária no Brasil precisa ser debatido, mas de uma forma responsável, e de forma que permita às famílias superarem a pobreza. Assim definiu o governador Ronaldo Caiado, ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, em entrevista na manhã desta quinta-feira, 01. A entrevista repercutiu sua participação como convidado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), na Câmara dos Deputados, ontem em Brasília.

“Esse processo precisa ser debatido, mas de uma forma responsável. A pessoa está assentada, não simplesmente jogada ali”, disse o governador, que se respaldou em dados do censo agropecuário de 2017. Segundo o documento, 87 milhões de hectares são utilizados para assentar 970 mil famílias, sendo 24 mil em Goiás, com renda média mensal de toda a família de meio salário mínimo, o que em valores atualizados corresponde a pouco mais de R$ 600,00.

Na avaliação de Caiado, é altamente questionável o processo em que cidadãos são submetidos a uma situação precária, sem alternativas para desenvolver qualquer atividade que promova sua emancipação da condição de vulnerabilidade. “Esse é o convite que eu fiz aos membros da CPMI: para que fossem também até a região próxima a Brasília, onde lá tem milhares pessoas que foram assentadas por governos anteriores”, afirmou o governador. “Vá ver a maneira como essas pessoas estão vivendo. Em condição sub-humana. Isso não pode ser chamado de reforma agrária”, criticou.

Ainda segundo o governador, o processo de distribuição de terras improdutivas no País é devidamente regulamentado e o uso de força e truculência é algo que já deveria estar superado. “É inadmissível que até nos dias de hoje as pessoas preguem a tese de que só se resolve no processo de invasão, de desrespeito ao direito de propriedade e poder se definir como o julgador do que é e do que não é produtivo e improdutivo. Isso não existe em nenhuma democracia no mundo”, disse.

Os debates em Brasília renderam momentos acalorados. Mas, no entendimento de Caiado, é algo característico do Parlamento. “A beleza do Parlamento é o debate. Nós somos habituados. Passei seis mandatos naquela Casa e é normal mesmo que às vezes tenha aquele debate regimental, na tentativa de às vezes procrastinar o período da sessão; para que se interrompa ali os depoimentos. Mas tivemos a oportunidade de deixar claro o sentimento que deve prevalecer hoje no Brasil”, comentou.

Estado mais seguro do País

Caiado também foi o entrevistado do Manhã Bandeirantes, com José Luiz Datena, no qual, além deste assunto, tratou de outros temas como segurança pública. Sobre a questão, falou do seu objetivo de tornar Goiás uma referência e modelo a ser copiado no País. “Não conheço democracia nenhuma no mundo onde não tenha segurança pública. E hoje posso dizer sem nenhum medo de errar, posso afirmar: que hoje Goiás é o estado mais seguro do País”.

O líder do Executivo frisou que o padrão de excelência de segurança pública é praticado seja no setor urbano, seja no rural, e que esse avanço advém da conjunção de três aspectos. “Nós conseguimos, primeiro, pela profissionalização, a competência das nossas forças de segurança. Segundo, porque nós autorizamos que eles trabalhassem. Ou seja, quando eu assumi o governo eu disse: ou bandido muda de profissão ou muda de Goiás. Essa regra prevalece aqui. Terceiro lugar, aparelhando a nossa polícia, em condições de ter o enfrentamento em igualdade de condições”, citou.

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Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

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