Reforma da previdência irá revisar a aposentadoria de militares

O Tesouro Nacional tentava há anos ter acesso à contabilidade das forças armadas, mas devido a resistência do órgão e a falta de instrumentos legais para isso, nunca conseguia. Entretanto agora com a pressão por conta da reforma da previdência, a Casa civil vai criar um grupo de trabalho interministerial para abrir revisar ponto a ponto os benefícios dos militares.

O grupo já esta funcionando informalmente, e os nomes para a formação dessa força-tarefa devem ser indicados em breve segundo apuração de reportagem da revista Época.

Hoje, o Tesouro Nacional divulga quanto foi gasto no ano com esses benefícios, mas o valor futuro não é devidamente apurado, o que vira um problema para o cálculo do déficit da Previdência do setor público. Essa conta é importante para planejar a evolução não só das despesas, e da dívida pública brasileira.

A Previdência dos militares das Forças Armadas é uma das principais polêmicas no debate sobre mudanças nas regras de aposentadoria no Brasil. Os militares pressionam para ficar de fora da reforma, mas o governo prometeu que as regras seriam aplicadas a todos.

As Forças Armadas fazem uma contabilidade paralela, desconsiderando o valor das reservas remuneradas.

Em dezembro do ano passado o Ministério da Fazenda informou que o rombo da categoria era de R$ 34 bilhões. E no mesmo dia do anuncio, o valor foi rebatido pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, que calculou o déficit em R$ 13 bilhões.

Embora esteja trabalhando informalmente, o grupo revisar esses dados ainda não pode ser formalizado. Ainda dependem da assinatura de outras pastas envolvidas na operação além da Casa Civil.

A conclusão dos trabalhos não terá prazo, mas a determinação do TCU prevê que dentro desses 180 dias os cálculos estejam regularizados.

Em resposta, o Ministério da Defesa disse desconhecer informação sobre resistências a essa auditoria nos números.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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