Berço de inovações: região de Campinas reúne 144 empresas ativas no Inova Simples
Levantamento da Fundação Seade aponta número de empresas ativas no programa federal que facilita a formalização de negócios inovadores, acesso a crédito e análise de patentes de forma prioritária.
Um levantamento da Fundação Seade mostra que a Região Administrativa de Campinas (SP) registra 144 empresas de inovação e startups ativas cadastradas ao Inova Simples, regime especial simplificado para iniciativas que se autodeclaram como empresas de inovação.
Essa modalidade facilita a formalização de startups e outros negócios inovadores no Brasil, facilitando acesso a linhas de crédito, além de permitir que exame dos pedidos de patente ou registro de marca perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) sejam realizados em caráter prioritário.
Considerando o número de empresas cadastradas desde 2021, a região de Campinas fica atrás apenas da Região Metropolitana de São Paulo, que concentra 1.301 empresas ativas. Em todo o estado, eram 1.881 ativas em maio de 2025.
A reunião de diversos centro de pesquisa e desenvolvimento, como a Unicamp, Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer e Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), entre outros, fazem de Campinas referência em inovação.
A Agência de Inovação da Unicamp (Inova), por exemplo, mostra que das 80 empresas vinculadas ao Parque da Unicamp em 2024, 35 eram startups.
Além disso, fatores logísticos como o Aeroporto Internacional de Viracopos e os acessos de diversas rodovias também colocam a cidade em evidência.
Segundo a Fundação Seade, ao analisar a atividade econômica, predominam empresas de inovação de serviços administrativos (341), de tecnologia da informação (307) e educação (250).
CIÊNCIA DE PONTA
Uma dessas startups, criada em Campinas e com laboratório em Valinhos, busca soluções para potencializar o efeito de medicamentos, isso na escala molecular.
> “Quando a gente faz isso, a gente cria uma inteligência de liberação para que você possa consumir menos medicamento e ter a mesma atividade, para que a gente possa combater aqueles micro-organismos que obrigam a gente às vezes a tomar dez dias de antibiótico para que a gente volte a tomar três dias”, explica Renata Iwamizu, fundadora da empresa.
Formada em engenharia de alimentos, Paula Speranza fundou uma empresa dentro da Unicamp onde desenvolve uma técnica para produzir no Brasil alguns tipos de proteína vegetal que atualmente são importadas pela indústria de alimentos.
“Farelo de amendoim, farelo de soja, farelo de arroz, pedaços de feijão quebrado. A gente pega esse material, faz um processamento neles e produz proteínas vegetais. Essas proteínas podem ser utilizadas para a produção de hambúrgueres vegetais, para a produção daquelas bebidas que as pessoas que praticam atividade física bebem”, detalha.