Região de Campinas tem aumento de casos da síndrome mão-pé-boca em 2025

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Síndrome ‘mão-pé-boca’: mãe confunde primeira ferida da doença com picada de pernilongo

Departamento Regional de Saúde de Campinas (SP) constatou alta nos diagnósticos da síndrome entre janeiro e maio deste ano, com número cinco vezes maior ao registrado em 2024.

Região de Campinas registra alta de casos de mão-pé-boca nos 5 primeiros meses de 2025

Ao perceber a primeira mancha vermelha no corpo do filho, Andressa Querido acreditou que se tratava de uma picada de pernilongo. No dia seguinte, a farmacêutica de Valinhos (SP) percebeu mais sinais pelo corpo do filho e logo teve o diagnóstico confirmado pela pediatra: síndrome ‘mão-pé-boca’.

> “Eu achei que era uma picada de pernilongo. No dia seguinte, que começou a aparecer todas juntas, na boca, na palma da mãozinha, na sola do pé, aí eu já liguei para o pediatra. E nisso foram quase 10 dias para secar todas as feridinhas”, relatou a mãe.

A infecção aconteceu após um surto de casos na escola. Com o diagnóstico, a mãe precisou mudar a rotina de higiene na casa para evitar que outras pessoas da família fossem contaminadas.

O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas (SP) constatou uma alta nos diagnósticos da síndrome entre janeiro e maio deste ano, comparado ao mesmo período de 2024. Os casos saltaram de 96 para 479, um número cinco vezes maior.

De acordo com o pediatra Luis Alberto Verri, nas épocas de outono e inverno, como as pessoas ficam mais aglomeradas, o número de casos tende a crescer, mas na região o aumento da doença foi registrado até em outros períodos do ano.

O pediatra afirma que a alta de diagnósticos se deve por uma maior atenção da mãe aos sintomas da doença.

> “O que eu tenho visto atualmente é a difusão da síndrome entre as mães. Então, tem muito mais propaganda dessa doença. As escolas também estão muito mais preocupadas, estão procurando a vigilância sanitária para receber orientações do que tem que ser feito. Eu acredito que, com isso, tem maior notificação dos casos”, explica o médico.

A síndrome ‘mão-pé-boca’ é uma doença viral de transmissão rápida. A evolução da doença é causada por um vírus que atua no aparelho digestivo, o Coxsackie e, como consequência, quem foi infectado apresenta feridas nas mãos, pé e boca.

Luis Alberto Verri explica que a doença de baixa gravidade é autolimitada. A maioria das crianças costuma evoluir bem e melhora entre seis e dez dias, sem necessidade de internação.

> “Em raros casos, ele [o infectado] pode ter uma desidratação, e precisa ser internado para hidratar porque a criança não aceita a alimentação ou mesmo os líquidos. Em raríssimos casos, esse vírus pode se alojar em algum outro órgão do organismo, mas é muito raro”, esclarece o médico.

O médico esclarece que o vírus tem uma disseminação alta em colégios, principalmente na pré-escola. “É um vírus que normalmente ele tem uma disseminação muito grande nas escolas, principalmente na pré-escola, por causa do ‘contato íntimo’ que as crianças acabam correndo”, diz.

Em uma pré-escola de Campinas, três crianças foram afastadas nos últimos 15 dias com sintomas da doença. Karlla Ferraro, diretora pedagógica da unidade, explica que os alunos apresentaram “bolinhas” nas mãos, pés e entorno da boca.

> “Os pais são avisados e imediatamente as crianças são retiradas da escola. Aqui, a gente tem o protocolo de segurança de higienizar a todo momento os nossos colchonetes, o lugar onde eles sentam, os brinquedos”, explica a profissional da educação.

Pedro, de 1 ano e 8 meses, recebido na unidade em que Karlla trabalha, precisou ser afastado após ser infectado. A família, que já estava atenta com os sintomas da doença, vai seguir com os cuidados em casa.

> “Até ontem ele ‘tava’ bem. A gente ficou sabendo dos outros alunos que estavam com febre, com as feridinhas, e eu ‘tava’ de olho. Até brinquei com as mães que eu ‘tava’ fazendo o check list ‘mão, pé, boca, mão, pé, boca’ todos os dias, olhando”, conta Carolina Silva, mãe da criança.

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