A Polícia Federal vê crime do filho do ditador de Guiné na compra de bens de luxo. Teodoro Obiang Mangue, vice-presidente da Guiné Equatorial, foi indiciado pela PF por lavagem de dinheiro no Brasil. A investigação revelou que Teodorin é filho do ditador Teodoro Obiang, conhecido por sua vida de luxo durante viagens pelo mundo. Por meio da compra de um apartamento em São Paulo e da tentativa de entrar no país com US$ 16 milhões em dinheiro e bens de luxo, a PF concluiu que Teodoro estava envolvido em atividades suspeitas.
Em decorrência da apuração da PF, o Ministério Público Federal denunciou Teodorin por lavagem de dinheiro no Brasil. Além disso, um advogado brasileiro, um português e uma cidadã francesa também foram denunciados por estarem envolvidos na lavagem de valores desviados do país africano. O foco inicial da investigação foi a compra de uma cobertura de luxo em São Paulo por R$ 15,6 milhões em 2007, seguida por apreensões de relógios e valores feitas pela Polícia Federal.
A investigação apontou que os valores usados na aquisição do imóvel e dos bens luxuosos têm origem ilícita em crimes cometidos por Teodorin na Guiné Equatorial. O exame da PF revelou possíveis desvios enquanto Teodorin ocupava cargos no governo de seu pai, o ditador. Entre 2007 e 2011, a renda anual de Teodorin como ministro era de US$ 100 mil, porém suas empresas receberam cerca de US$ 60 milhões, enquanto seus gastos pessoais alcançaram US$ 130 milhões.
A PF buscou cooperação jurídica internacional com os Estados Unidos, França, Suíça e Portugal. Nas investigações por gastos suspeitos relacionados à lavagem de dinheiro, Teodorin já foi alvo de inquéritos nos EUA e França. Autoridades dos EUA confiscaram um imóvel em Malibu avaliado em US$ 30 milhões, uma aeronave e relíquias de Michael Jackson compradas por Teodorin. Na França, ele foi condenado por lavagem de dinheiro na compra de um imóvel em Paris por 25 milhões de euros.
A PF requisitou colaboração aos franceses para investigar detalhes da compra da cobertura em São Paulo, enquanto as autoridades portuguesas investigaram a ligação de um advogado com a lavagem de dinheiro para aquisição do imóvel no Brasil. A cooperação com a Suíça serviu para levantar informações sobre offshores utilizadas por Teodorin na compra de bens de luxo. As investigações confirmaram que as offshores tinham como beneficiário o filho do ditador de Guiné Equatorial.
Apesar das tentativas de contato, a Embaixada da Guiné Equatorial no Brasil não respondeu aos contatos feitos pela coluna por telefone e e-mail. A investigação da Polícia Federal revela a complexidade dos esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo Teodorin e suas atividades ilícitas. Para mais informações sobre esse caso e outras notícias relevantes, acesse a coluna do Metrópoles.