Quando pensamos em procedimentos de saúde, automaticamente a nossa mente se desloca para remédios, exames e cirurgias. Porém, as técnicas de medicina alternativa vêm ganhando cada vez mais espaço. O Diário do Estado (DE) conversou com duas atuantes das áreas de reiki e auriculoterapia para entender melhor sobre esses dois mecanismos não invasivos.
Os benefícios do reiki
Natural de Bela Vista de Goiás, Jennifer Siqueira é enfermeira pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Começou a trabalhar com reiki em 2020 após conhecer mais através do ambulatório de práticas integrativas e complementares em saúde da faculdade. O que a motivou a seguir na área foi observar os benefícios que a técnica traz tanto para quem aplica quanto para quem recebe.
“Eu sempre gostei mais de tratamentos mais naturais, pois com eles conseguimos estimular mecanismos naturais de prevenção de agravos, contribuir para a promoção da saúde, a inserção social, a redução do consumo de medicamentos, melhoria da autoestima e da qualidade de vida”, comenta.
O reiki é uma terapia integrativa criada no Japão e disponibilizada pelo SUS em algumas regiões do Brasil desde 2017. O reiki em si consiste na imposição de mãos sobre partes do corpo do paciente para que ocorra a canalização de energia e assim o alinhamento dos centros de energia do corpo, conhecidos como “chakras”, a fim de restaurar o equilíbrio físico, regularizar suas funções vitais e equilibrar o campo mental e emocional.
“A prática do reiki é segura, não gera nenhum efeito colateral e não está ligada a uma religião”, destaca Jennifer.
Segundo ela, vários fatores como estresse, sedentarismo, má alimentação, insônia, respiração inadequada, ansiedade, mágoa, apego, raiva e baixa autoestima são capazes de interferir no fluxo energético e, com isso, podem causar distúrbios físicos ou psíquicos.
Portanto, o reiki serve para desbloquear essa energia, regulando o fluxo e, consequentemente, resgatando o equilíbrio que é preciso para ter saúde e bem-estar. Com a aplicação da energia universal no corpo, o organismo volta a funcionar de forma harmoniosa, com glândulas ativadas, sistema nervoso revitalizado e sistema imunológico fortalecido.
O tratamento da auriculoterapia
Izadora Florentino nasceu em Goiânia e estuda Enfermagem pela UFG, onde conheceu a auriculoterapia através exatamente da então aluna Jennifer Siqueira. Começou o tratamento com ela e decidiu investir na área por acreditar muito em métodos de tratamento não farmacológicos (sem a necessidade de remédios) e invasivos. Além disso, o mecanismo a ajudou bastante.
Com o objetivo de apresentar a auriculoterapia para pessoas além da UFG, Izadora começou a praticar e hoje atende clientes que desejam experimentar. A auriculoterapia, ou acupuntura auricular, é uma das milhares de práticas da medicina tradicional chinesa. É um método que utiliza pontos específicos do pavilhão auricular, na orelha, para tratar diversas desordens do corpo inteiro.
“A auriculoterapia não é a cura para todos os tipos de doença. Ela traz o equilíbrio para qualquer desordem que você tenha e esteja ali presente no seu corpo”, salienta Isadora. De acordo com a estudante, o tratamento possui efeitos positivos em distúrbios físicos, emocionais e mentais.
O mecanismo de ação da auriculoterapia ocorre quando se estimula o ponto certo na orelha, que é extremamente vascularizada. Quando esse estímulo atinge certos nervos que por ali passam, eles mandam uma “mensagem” para o sistema nervoso central. A partir disso, há a liberação de neurotransmissores que melhoram vários sintomas físicos.
“Tem liberação de endorfina, com o alívio da dor, a serotonina, que promove o bem-estar, além de controlar a ansiedade e tratar funções gastrointenstinais e ser anti-inflamatório”, exemplifica Isadora. Ela também afirma que a auriculoterapia ajuda a controlar a compulsão alimentar e problemas como lombalgia, isso tudo com um tratamento benéfico sem a necessidade de fármacos.