Relatora da CPI dos Atos Golpistas denuncia tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro

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Relatora da CPI dos Atos Golpistas rebate Motta e diz que 8 de janeiro foi
‘tentativa de golpe de Estado’

Em entrevista, presidente da Câmara reconheceu a gravidade da depredação das
sedes dos Três Poderes. Mas, segundo ele, não houve uma coordenação política por
trás.

Eliziane Gama lê o relatório final da CPI dos Atos Golpistas — Foto: Geraldo
Magela/Agência Senado

A relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), rebateu
as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB) e afirmou que, após meses de investigações, pode atestar que
os atos de 8 de janeiro de 2023 foram uma tentativa de golpe de Estado.

A fala da senadora ocorre após Motta defender que as invasões às sedes dos Três
Poderes configuram uma “agressão às instituições”, e não um golpe de Estado.

> “Como relatora da CPMI posso atestar categoricamente: após 5 meses de
> investigação, de receber centenas de documentos e de ouvir dezenas de
> testemunhas, houve tentativa de golpe de Estado e o responsável por liderar
> esses ataques tem nome e sobrenome. É Jair Messias Bolsonaro”, escreveu a
> Eliziane em uma rede social.

Ela prosseguiu: “Quem, por ventura, ainda tiver alguma dúvida: faço um convite
p/ ler detidamente o relatório da comissão de inquérito c/ suas mil páginas,
devidamente aprovado por deputados e senadores”.

Relatório da CPI dos atos golpistas será encaminhado para PGR

Em outubro de 2023, a CPI dos Atos Golpistas aprovou o relatório final elaborado
pela senadora, que propôs o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e aliados do ex-presidente por
tentativa de golpe de Estado, na ocasião.

Com a aprovação do parecer, chegou ao fim o colegiado misto criado para
investigar os atos golpistas de 8 de janeiro. Após cinco meses de trabalhos, o
documento definitivo da CPI pediu, no total, o indiciamento de 61 pessoas, entre
civis e militares.

CÂMARA PODE ANALISAR ANISTIA

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou
nesta sexta-feira (7) que os atos de vandalismo contra as sedes dos Três
Poderes, em 8 de janeiro de 2023, foram “uma agressão às instituições” promovida
por “vândalos e baderneiros”, sem coordenação política suficiente para
caracterizar um golpe.

> “O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às
> instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um
> líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições
> interessadas, e não teve isso”, declarou.

A declaração ocorre em meio à pressão de parlamentares aliados do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) para que a Câmara avance na proposta de anistia aos
condenados pelos atos de 8 de janeiro.

A medida perdoaria todos os envolvidos em “manifestações” de caráter político e
eleitoral entre 8 de janeiro de 2023 e a entrada em vigor da eventual lei,
restringindo punições apenas a crimes de depredação de patrimônio público.

Motta não assumiu compromisso em pautar o projeto de anistia e disse que a
decisão será tomada em conjunto com os líderes partidários da Casa.

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