A Polícia Federal encontrou um plano de golpe em um pendrive de um indivíduo identificado como kid preto, que estava encarregado de monitorar o ministro Alexandre de Moraes. O arquivo descoberto detalhava uma série de ações a serem tomadas em prol da suposta defesa da democracia. Além disso, o documento apontava a execução do próprio ministro do Supremo Tribunal Federal como parte do plano.
O relatório da Polícia Federal sobre as investigações do plano de golpe de Estado no final de 2022 revelou que uma planilha minuciosa estava em posse do tenente-coronel do Exército Hélio Ferreira Lima. O arquivo, intitulado “Desenho Op Luneta.xlsx”, continha mais de 200 linhas que abordavam diversos fatores estratégicos de planejamento, como fisiográfico, psicossocial, político, militar, econômico e de produção. Cada fator possuía subtópicos com definições e colunas para análise.
Parte da planilha se assemelha a uma análise de Swot, usada para identificar pontos fortes e vulnerabilidades na execução de metas. O plano descrito tinha como missão reestabelecer a lei e a ordem, visando impedir ameaças à democracia e controlar os poderes do país em favor de ideologias de esquerda. O plano detalhava três etapas principais: eleições limpas, legalidade e informacional, cada uma com seus subtópicos específicos.
Dentro da etapa de “legalidade”, o plano previa a emissão de mandados de prisão contra envolvidos em indícios de irregularidades nas eleições de 2022, baseando-se na crença de fraude no pleito. Em um certo ponto, o documento menciona a necessidade de neutralizar elementos geradores de instabilidade no STF. O plano golpista teria sido discutido e aprovado durante uma reunião na residência do general Braga Netto.
O tenente-coronel Ferreira Lima e seu parceiro Rafael de Oliveira foram indiciados pela PF por monitorarem Lula e Moraes. A investigação apontou que a prisão ou execução do ministro do STF estava sendo planejada para dezembro de 2022. Além disso, o relatório da PF identificou 37 indivíduos envolvidos no plano de golpe, incluindo Ferreira Lima, Oliveira e Braga Netto. O caso foi encaminhado ao STF e à Procuradoria Geral da República para emissão de parecer sobre a consistência das investigações e possível abertura de processo contra os indiciados.