O relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde, com parecer do relator Elias Vaz (PSB), apresentado na última segunda-feira (14), pede indiciamento do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), da secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, e de mais de 30 pessoas. Os dois são citados em diversas irregularidades.
Iris é culpabilizado pelo pagamento irregular de mestrado a servidores (por ter conhecimento do pagamento irregular e não adotar medidas para impedir o gasto) e na contratação de software da Vivver Sistemas (por ter admitido que a decisão de contratar o software foi autorizado por ele e por ter permitido que tudo isso acontecesse sem consultar o órgão técnico da prefeitura). O prefeito ainda é apontado por improbidade administrativa no caso da contratação da empresa Neo para gestão de frota (por ter assumido, em depoimento, que foi consultado e autorizou todas as decisão da secretária; e na terceirização do serviço de raio-X e favorecimento da Tech Capital (por ter conhecimento dos fatos, conforme depoimento, e ter deixado claro que a decisão contou com a sua anuência).
A secretária de Saúde é citada pelos mesmos casos, além de um pedido de indiciamento por lesão corporal após suspensão de atendimento odontológico na capital. O ex-secretário municipal de Saúde Fernando Machado também está na lista dos pedidos de indiciamento, além do secretário estadual, Leonardo Vilela. Entre os citados estão ainda 11 hospitais, 2 organizações sociais e atuais funcionários.
A expectativa é o que o relatório seja votado pelo integrantes pela comissão na próxima sexta-feira (18). Após a votação, onde há possibilidade de emendas, o texto aprovado será encaminhado ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para que sejam avaliadas providências.
“A secretária afirma que está contrariando interesses e está desagradando pessoas, sugerindo que isso é parte de uma caça. Quero deixar claro que o desagrado, o inconformismo e o prejuízo são dos usuários do serviço público de saúde, que estão na porta dos Cais e não tem atendimento adequado. A saúde básica precisa de atenção básica”, disse a vereadora dra Cristina Lopes durante sessão na Câmara Municipal de Goiânia nesta terça-feira (15).