Relatório médico de penitenciária indica que Chiquinho Brazão tem ‘alta
possibilidade de sofrer mal súbito com risco elevado de morte’
A defesa solicitou prisão domiciliar ‘humanitária’ visando a realização de uma cirurgia cardíaca. Acusado no caso Marielle e apontado como mandante do crime, o deputado está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande.
Um relatório elaborado pela equipe médica da penitenciária revelou que o deputado Chiquinho Brazão enfrenta uma “alta possibilidade de sofrer mal súbito com risco elevado de morte”.
O relatório será avaliado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre o pedido da defesa do parlamentar, que se encontra preso desde março, sob a acusação de ser um dos mandantes do atentado que vitimou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Os advogados de Brazão, de 62 anos, recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) em busca da substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar “humanitária”, com o uso de tornozeleira eletrônica e autorização para deslocamento até um hospital no Rio de Janeiro para realização de uma cirurgia cardíaca. Até o momento, não há previsão para o ministro Alexandre de Moraes proferir uma decisão.
A solicitação foi feita na véspera de Natal, após Moraes negar um pedido anterior de Brazão para suspender a prisão preventiva. A análise médica que embasou o relatório foi realizada na sexta-feira (27), por determinação do ministro.
Segundo o documento, as comorbidades de Brazão incluem doença arterial coronariana crônica, diabetes Mellitus tipo II, comprometimento renal e hipertensão arterial sistêmica.
A defesa enfatiza que o deputado enfrenta um sério problema coronariano e precisa passar por um procedimento na Barra da Tijuca, distante 1.423 km de sua atual localização na prisão.
Após realizar uma cineangiocardiografia coronária para identificar possíveis obstruções nas artérias, Brazão poderá eventualmente necessitar de uma intervenção cirúrgica.
Cassado pelo Conselho de Ética da Câmara, o deputado teve a cassação aprovada em agosto e posteriormente teve seu recurso negado pela Comissão de Constituição e Justiça. A decisão aguarda deliberação no plenário, pois o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, encerrou as atividades legislativas sem pautar a cassação do parlamentar.
Em entrevista exclusiva, um dos jurados do julgamento de Marielle e Anderson conversou com o Fantástico.