O mundo da música brasileira está de luto com a morte da cantora Leny Andrade, nesta segunda-feira, 24, no Rio de Janeiro. Aos 80 anos, a artista que era considerada uma referência do samba, jazz e bolero, não resistiu após uma batalha contra pneumonia e broncopatia inflamatória, enquanto estava internada no Hospital de Clínicas de Jacarepaguá, na Zona Oeste.
A notícia foi confirmada pela assessoria do Retiro dos Artistas, onde Leny residia, e foi comunicada aos fãs por meio das redes sociais. “A diva do Jazz Brasileiro, Leny Andrade, foi improvisar no palco eterno”, dizia a postagem.
A carreira de Leny Andrade foi marcada por uma trajetória brilhante na música, encantando plateias com sua voz inigualável e interpretações únicas. A carioca, nascida no berço da bossa nova e influenciada pelas raízes do samba, conquistou os corações de milhões de admiradores ao longo de sua jornada artística.
A carreira de Leny Andrade, infelizmente, foi interrompida por questões de saúde que a afastaram dos palcos, porém, ela deixou um legado musical incomparável. Sua última gravação foi realizada em 2022, um single gravado em parceria com o pianista Gilson Peranzzetta para celebrar seus 80 anos. A música, uma composição de 1957 dos mestres Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran, refletia a conexão de Leny com grandes compositores brasileiros.
Discografia farta
Ao longo de sua carreira, Leny Andrade lançou 34 álbuns, desde 1961 até 2018, deixando uma coleção rica e diversificada de canções que cativaram o público. Títulos como “A Sensação” (1961) e “Estamos aí” (1965) foram destaque em sua discografia. Leny sempre se orgulhou de dar voz às composições de autores brasileiros e levava a língua portuguesa para além das fronteiras do país.
Além de suas contribuições inestimáveis para a música brasileira, Leny Andrade também teve uma presença internacional, morando em países como México, Estados Unidos e diversos países europeus. Contudo, era o Rio de Janeiro que tinha um lugar especial em seu coração de carioca flamenguista.
Sua estreia profissional como crooner da orquestra de Permínio Gonçalves deu início a uma carreira repleta de êxito e reconhecimento. Em 1965, o sucesso veio com o espetáculo “Gemini V”, ao lado de Pery Ribeiro e o Bossa Três, com um memorável show realizado no Porão 73, que resultou em um disco ao vivo.
Sucesso mundo a fora
O legado de Leny Andrade ultrapassou fronteiras e foi reconhecido internacionalmente, sendo comparada pelo New York Times a uma mistura das grandes Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald da bossa nova. Em 2007, ela recebeu o prestigioso Grammy Latino em parceria com Cesár Camargo Mariano, solidificando seu status como uma das grandes vozes da música brasileira.
A partir das 10h desta terça-feira (25), os fãs e admiradores terão a oportunidade de prestar suas últimas homenagens à cantora no velório, que acontecerá no Theatro Municipal do Rio, no Centro. Em seguida, o corpo será levado para a cremação no Memorial do Carmo, no Caju.
O talento e legado de Leny permanecerão vivos na memória e corações daqueles que tiveram a oportunidade de testemunhar sua arte e paixão pela música brasileira. Sua voz única e interpretações marcantes continuarão ecoando, inspirando gerações futuras de artistas e amantes da música.