Relembre o Crime da 113 Sul: detalhes do triplo homicídio em Brasília

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Crime da 113 Sul: relembre como aconteceu o triplo homicídio

Caso chocou Brasília em 2009; filha do casal Villela é apontada como mandante e
chegou a ser condenada pelo júri popular. Na terça, STJ anulou punição por ver
cerceamento de defesa.

**Crime da 113 Sul**: quem é Adriana Villela, acusada de mandar matar os próprios
pais

Ainda vivo na memória dos brasilienses, o **Crime da 113 Sul** – que ganhou série
documental no Globoplay – completou 16 anos no último dia 28 de agosto. Apesar do tempo,
a história desse triplo homicídio ainda vem sofrendo reviravoltas.

Nesta semana, a ação penal contra Adriana Villela – acusada de ser a mandante
dos assassinatos, voltou à estaca zero depois que a Sexta Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular a condenação.

Relembre abaixo os detalhes do caso.

O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009, no sexto andar do bloco C da 113 Sul,
quadra nobre de Brasília. No local, residiam José Guilherme Villela e sua esposa, Maria Villela.
Os dois formavam um renomado casal de advogados, responsáveis por um escritório
que atendia o mais alto escalão da capital federal, incluindo ex-presidentes e ministros.
Foram mortos a golpes de faca:

– José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), morto com 38 facadas.
– Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, morta com 12 facadas.
– A empregada doméstica da família, Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, morta com 23 facadas.

A DINÂMICA DO CRIME — SEGUNDO OS EXECUTORES

De acordo com investigações da polícia e relatos dos executores, as mortes
teriam acontecido por volta das 19h15 da noite de 28 de agosto de 2009.
Três homens foram condenados pela execução do crime:

– Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde o casal Villela morava: condenado em 2013 a 60 anos de reclusão;
– Francisco Mairlon Barros Aguiar: condenado em 2013 a 55 anos de reclusão;
– Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo: condenado em 2016 a 62 anos de reclusão.

Em depoimentos, Leonardo disse que foi contratado por Adriana para simular um
assalto na casa dos pais dela.

CLOSET REVIRADO, CORPOS NA SALA E NA COZINHA

Os corpos foram encontrados três dias após o crime, no dia 31 de agosto de 2009.
Carolina Villela, neta do casal, se preocupou com o sumiço dos avós e foi até o
apartamento onde eles moravam.
Ela precisou contratar um chaveiro para abrir o imóvel. A polícia só foi
acionada nesse momento, quando os corpos foram achados.

No local, os policiais registraram que os corpos de Francisca e José Guilherme
estavam na cozinha, e o de Maria, no corredor do imóvel. Além disso, o closet do casal estava revirado e algumas joias tinham sumido.

FILHA É APONTADA COMO MANDANTE

Os executores, presos em 2013 e em 2016, afirmam que mataram o casal após ordens
de Adriana – que os contratou por cerca de 27 mil dólares e joias.

O crime teria sido motivado por desavenças financeiras. As investigações mostram
ainda troca de mensagens entre a arquiteta e os pais, que reclamavam do
“temperamento agressivo” da acusada e das cobranças por dinheiro.

Reviravolta na Justiça

A condenação de Adriana foi anulada na terça (2) pelo Superior Tribunal de
Justiça. Com isso, o caso retrocede e pode inclusive passar por um novo
julgamento.

Os ministros acataram o argumento de que houve cerceamento da defesa de Adriana
Villela porque parte dos depoimentos colhidos pela polícia só foi apresentada
durante o julgamento.

Quem é Adriana Villela?

Nascida em Brasília em 1964, Adriana Villela é filha de José Guilherme Villela e
Maria Carvalho Mendes Villela. Além de Adriana, o casal também teve Augusto
Villela, o filho mais novo.

Adriana graduou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília
(UnB) em 1987. Após 20 anos, obteve o título de mestre em desenvolvimento
sustentável, também pela UnB. Em meados de 2010, cerca de um ano após o crime, a arquiteta se mudou para um
apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro. O empreendimento foi deixado pelos
pais para ela. Recentemente, ela se mudou para uma cidade no interior da Bahia, onde vive
atualmente. Relatos ainda dão conta de que ela vem pouco para Brasília devido à
memória do crime – que ainda é muito viva na capital.

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