Relógio do Juízo Final é ajustado: humanidade está a 89 segundos da aniquilação

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Nesta terça-feira, 28, o “Relógio do Juízo Final” foi ajustado para 89 segundos antes da meia-noite, marcando o ponto mais próximo da destruição teórica da humanidade desde sua criação, em 1947. O ajuste foi realizado pelo Bulletin of the Atomic Scientists, organização fundada por cientistas como Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer, com o objetivo de alertar sobre os riscos existenciais à humanidade.

A decisão reflete o agravamento de ameaças globais, como o uso de armas nucleares, mudanças climáticas, conflitos geopolíticos e o avanço descontrolado da inteligência artificial. Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin, destacou que a atualização é um alerta para os líderes mundiais. “Os fatores que moldam essa decisão incluem risco nuclear, mudanças climáticas e o mau uso de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial. Infelizmente, o progresso tem sido insuficiente”, afirmou.

Risco nuclear e a guerra na Ucrânia
Um dos principais fatores para o ajuste é a guerra na Ucrânia, que começou em 2022 e trouxe à tona a ameaça de um conflito nuclear. A Rússia, liderada por Vladimir Putin, tem reiterado ameaças nucleares e recentemente alterou diretrizes que ampliam as condições para o uso de armas nucleares. Além disso, o país se afastou de tratados de controle de armas estratégicas, como o Novo Tratado de Redução de Armas, que expira em 2026.

Holz alertou que o conflito na Ucrânia é “uma grande fonte de risco nuclear” e pode escalar devido a erros de cálculo ou decisões precipitadas.

Conflitos globais e instabilidades
Outras regiões de tensão também preocupam os cientistas, como o Oriente Médio, com a guerra de Israel na Faixa de Gaza e hostilidades envolvendo o Irã. Além disso, os conflitos envolvendo Taiwan e Coreia do Norte representam riscos globais. A China tem intensificado pressões militares sobre Taiwan, enquanto a Coreia do Norte continua realizando testes de mísseis balísticos, reforçando o cenário de instabilidade.

Avanço da inteligência artificial
A rápida evolução da inteligência artificial (IA) em 2024 gerou preocupações sobre seus impactos militares e riscos à segurança global. O uso potencial de IA em armamentos nucleares é especialmente alarmante, segundo Holz. “A desinformação e o mau uso da inteligência artificial só aumentam a disfunção global”, afirmou o especialista.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden havia assinado um decreto em 2024 para mitigar riscos da IA, mas seu sucessor, Donald Trump, revogou a medida na semana passada.

Mudanças climáticas como ameaça crescente
O ano de 2024 foi registrado como o mais quente da história, segundo a Organização Meteorológica Mundial da ONU. Apesar do avanço em energia renovável, como solar e eólica, o progresso ainda é insuficiente para conter os impactos mais graves das mudanças climáticas. Nos últimos 10 anos, os recordes de altas temperaturas têm se mantido, aumentando os alertas para uma catástrofe ambiental.

O Bulletin of the Atomic Scientists mantém o Relógio do Juízo Final como um símbolo das ameaças que a humanidade enfrenta, incentivando ações globais para evitar o pior. Contudo, como apontado por Daniel Holz, “os desafios continuam crescendo e requerem uma resposta urgente”.

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