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Alzheimer: Remédio experimental dá esperança para tratamento

Última atualização 11/12/2022 | 10:23

Uma pesquisa surpreendente deu esperanças para pacientes e familiares de pessoas com Alzheimer. O estudo publicado em uma revista inglesa revelou que um medicamento em teste apresentou atraso no agravamento dos efeitos da doença. O resultado apresentou 27% menos comprometimento cognitivo após ingestão de comprimidos do Lecanemab.

A neurologista Aline Madeira considera as conclusões inovadoras. “Para mim, que sou especialista em doenças do esquecimento, é surreal, embora os resultados positivos sejam poucos, com cerca de 17%”, afirma. Apesar disso, os testes são animadores porque tiveram repercussão durante 18 meses mesmo com alguns efeitos adversos. A especialista ressalta que significam mais tempo de qualidade de vida e independência.

Para ela, trata-se de um avanço em uma imensidão de dúvidas ainda relacionadas à doença. Até então, são mais de 15 anos com as mesmas medicações prescritas para os pacientes. Aline explica que o Alzheimer causa esquecimento progressivo porque as células nervosas cerebrais morrem e há perda de tecido do órgão.

Ela esclarece que uma das consequências desse processo é o encolhimento do cérebro, o que afeta as demais funções. Além da memória, a concentração, humor e coordenação são afetados com o passar do tempo. As consequências são o comprometimento das atividades individuais de vida diária e cuidados individuais, como vestir-se, escovar os dentes e tomar banho.

As conclusões da pesquisa apresentados na New England Journal of Medicine foram consideradas excelentes pela comunidade científica, mas mais estudos serão necessários. A droga causa reações colaterais moderadas que podem pôr em risco a segurança dos pacientes. Alguns participantes do estudo apresentaram hemorragias e inchaço cerebrais.

A doença tem prevalência muito alta após os 85 anos. A partir dos 65, o risco duplica a cada cinco anos. Em casos mais raros, pessoas na faixa dos 50 anos apresentam o Alzheimer. “O risco também é maior em pessoas que têm Síndrome de Down, com histórico familiar da doença e em mulheres”, completa a neurologista.