Remédio natural com planta do Cerrado dá esperança a pessoas com vitiligo

Uma planta nativa do Cerrado está trazendo esperança para pessoas com vitiligo. Os resultados de 13 anos de pesquisas são bastante animadores. A expectativa é que os compostos feitos a partir da mama-cadela consigam repigmentar até 80% da pele. O estudo feito na Universidade Federal de Goiás (UFG) promete ajudar mais de 65 milhões de pessoas no mundo que convivem com a doença a recuperar a saúde física e mental, sendo 1 milhão delas brasileiras. A estimativa populacional afetada é da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Fundação Internacional de Pesquisa em Vitiligo.

 

O vitiligo ainda é bastante estigmatizado. A desinformação reforça o preconceito, apesar das campanhas de conscientização. Marcada por perda de coloração na pele com possíveis sintomas como sensibilidade e dor, a doença causa muitos transtornos psicológicos nos pacientes porque muitas pessoas acreditam erroneamente que as lesões são transmissíveis por contato. Não há cura, mas o medicamento fitoterápico em estudo pode evitar esse tipo de desconforto social. 

 

A mama-cadela se apresenta como uma alternativa aos efeitos colaterais de alguns tratamentos disponíveis. O uso dos corticoides se tornou uma das prescrições mais frequentes de dermatologistas para evitar novas lesões, porém há efeitos colaterais como atrofia da pele e crescimento de pelos na área afetada. Somado a isso, eles não estimulam a repigmentação e  o custo é alto para o orçamento de muitos pacientes. 

 

Na prática, o uso da novidade seria de duas formas: ingestão de comprimidos e aplicação de creme na região da pele sem a melanina – a proteína produzida pelos melanócitos, as células que, por razões ainda desconhecidas, não existem ou apresentam menor quantidade no organismo das pessoas com vitiligo. O resultado satisfatório depende ainda da exposição ao sol por meia hora. 

 

O filho da fisioterapeuta Ana Beatriz tem 3 anos de idade e está sendo submetido a tratamento inovador há seis meses. Ela afirma que a diferença na pele do garoto é surpreendente. O pequeno faz parte da pesquisa com autorização da mãe de maneira voluntária e vem sendo acompanhado por um dermatologista, pela pesquisadora, que é farmacêutica. Ela diz que o diagnóstico veio após perceber uma mancha branca na testa da criança. 

A testa do filho de Ana Beatris em dezembro na imagem de cima antes do tratamento. Na foto abaixo, a região já apresenta repigmentação após uso de tópico com a mama-cadela. (Foto: Cortesia ao DE)

 

“O uso é tópico uma vez ao dia. Não houve nenhuma reação adversa. A pigmentação retornou um pouco desde então e espero que volte tudo ainda. Ele não entende o que é vitiligo por causa da idade, só sabe que tem uma manchinha. Graças a Deus está respondendo super bem. Vamos fechar essa manchinha”, afirma esperançosa.

 

Os exemplares da raiz são obtidos pelo extrativismo vegetal, mas o grupo já avalia a produção sustentável para garantir os insumos na produção farmacêutica. A formulação criada pelos cientistas a partir da raiz da planta beneficia não apenas os pacientes com a doença. As descobertas relacionadas ao problema crônico e aos componentes do exemplar da flora do Cerrado tendem a estimular outros tipos de pesquisas. A farmacêutica Mariana Cristina de Morais integra a equipe que celebra a elaboração do fitoterápico. Segundo ela, o composto será fornecido ao filho de Ana Beatriz até que o resultado esperado seja obtido e não há prazo definido. 

 

Mariana compartilha o conhecimento com os alunos da disciplina de  Farmacognosia do curso de Farmácia do Centro Universitário Estácio de Goiás em Goiânia. “Com a pesquisa consigo exemplificar aos alunos como se dá a produção de um fitoterápico desse a coleta do material vegetal até o produto final. E qual o papel do profissional Farmacêutico em todas as etapas”, detalha. A docente ensina  detalhes os princípios ativos naturais e aponta a mama-cadela como um dos objetos de estudo na sala de aula. De acordo com a profissional, o projeto já estava em andamento quando ingressou como pesquisadora do trabalho coordenado pelo professor Edemilson Cardoso da Conceição, da UFG.

 

Dose

 

Há muito tempo, a sabedoria popular já apontava a mama-cadela como um remédio para diversas doenças. Chás com a planta batizada assim pelo formato dos frutos semelhante às mamas de uma cadela são administrados principalmente em regiões mais distantes dos centros urbanos para tratar vitiligo, doenças respiratórias e úlcera gástrica. As propriedades medicinais, no entanto, perdem o efeito e se tornam um “veneno” com o consumo em excesso. O risco é de intoxicação e comprometimento do fígado.

 

A jornalista Elisama Ximenes tem vitiligo e não faz nenhum tratamento há anos. Ela afirma ter aprendido a conviver com as marchinhas e interrompeu o tratamento aos 13 anos de idade. Ela experimentou diversas opções naquele período, inclusive o de mama-cadela. Ela é uma exceção no grupo de pessoas afetadas pela condição. 

 

“As primeiras [manchas] foram nas pálpebras, aos 5 anos de idade, mas hoje tenho nas articulações (joelhos, cotovelos), nas mãos e pés, e no pescoço, além de algumas no rosto, sobre os olhos e ao redor da boca. Não tem necessidade, só cuido da proteção solar por se tratar de uma área sensível. Não vejo necessidade de controlar e sei que mesmo tratando elas podem voltar, afinal vitiligo não tem cura e é psicossomático”, frisa.

Enfrentamento

 

A dermatologista Vivian Pedruzzi explica que a ação do extrato de mama-cadela no tratamento do vitiligo foi descoberta pelo médico goiano dermatologista Anuar Auad em 1968. Ela afirma que ele desenvolveu a fórmula comercial pela Auad Química, denominada Viticromin em cápsula e pomada. A especialista ressalta que existem estudos desenvolvidos na UFG há mais de dez anos comprovando bons resultados, segurança e tolerabilidade deste tratamento.

O diagnóstico é clínico e, atualmente, a medicina oferece tratamentos tópicos ou orais tradicionais para controle das lesões do vitiligo. Há ainda a administração de terapias com luz ultravioleta, laser e até transplante de melanócitos. Um dos obstáculos enfrentados é a individualidade da resposta do organismo dos pacientes e a dificuldade no acesso a todos os recursos disponíveis pela falta de cobertura integral na rede pública de saúde. 

Em Goiás, há centros de referência públicos para cuidados aos pacientes com a doença autoimune e, portanto, sem prevenção. A lista é formada pelo Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Hospital das Clínicas (HC), Santa Casa de Misericórdia e Hospital Geral de Goiânia (HGG) realizam atendimento como micropigmentação das manchas. Dessa forma, orientamos procurar informações nessas unidades. 

 

Uma rotina de vida saudável vem sendo apontada como uma estratégia para minimizar o aumento em tamanho e  em número de manchas despigmentadas. O controle do estresse, traumatismo na pele, queimaduras solares e alterações metabólicas são apontados como recomendações de todos os especialistas. Por isso, dormir bem, manter alimentação adequada, evitar roupas apertadas ajudam a melhorar o quadro.

 

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Calendário de pagamento do Bolsa Família 2025 é divulgado; saiba quando recebe

Os cerca de 21 milhões de beneficiários do Bolsa Família já podem conferir a data de pagamento do programa social para o ano de 2025. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) divulgou o calendário dos benefícios, que ocorrerão nos últimos dez dias úteis de cada mês, de forma escalonada conforme o dígito final do Número de Inscrição Social (NIS).

Os pagamentos começarão em 20 de janeiro para as famílias com NIS de final 1 e terminarão em 23 de dezembro para as famílias com NIS de final 0. Em dezembro, o cronograma é antecipado em cerca de uma semana devido ao Natal. Esse escalonamento ajuda a organizar e facilitar o acesso aos benefícios para todos os beneficiários.

Confira o calendário:

Calendário Bolsa Família 2025

Atualização de Dados no CadÚnico

Para evitar a perda do benefício, o MDS recomenda que cada beneficiário atualize os dados dele e da família no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) a cada 24 meses. Após a aprovação do pacote de corte de gastos, o processo exigirá biometria. A pessoa responsável pela família deve ir a um posto de atendimento socioassistencial, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), ou a um posto de atendimento do Cadastro Único, apresentando os documentos de cada pessoa da família e comprovando a renda domiciliar.

Para estar habilitada a receber o Bolsa Família, a família deve ter uma renda de no máximo R$ 218 mensais por integrante que vive na mesma casa. Além disso, é necessário que a família esteja inscrita no CadÚnico. O cadastramento é feito em postos de atendimento da assistência social dos municípios. Desde março de 2023, o Governo Federal garante um repasse mínimo de R$ 600 por família inscrita, com adicionais conforme a composição da família.

Adicionais e formas de recebimento

O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, garantindo a alimentação da criança. Além disso, o Bolsa Família oferece um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos, e um adicional de R$ 150 a famílias com crianças de até 6 anos. Os pagamentos podem ser feitos pelo aplicativo Caixa Tem ou podem ser sacados em caixas eletrônicos por quem tem o cartão do programa social.

Quem tiver dúvidas sobre o Bolsa Família pode ligar no Disque Social, no número 121, ou acionar o canal de atendimento da Caixa Econômica Federal, por meio do número 111. Os beneficiários também podem consultar os aplicativos do Bolsa Família e da Caixa, disponíveis para download gratuito nas lojas virtuais.

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