Renato Purini reassume presidência do DAE em Bauru após um mês afastado

Renato Purini é renomeado presidente do DAE após um mês afastado em Bauru

Decisão foi publicada nesta quarta-feira (27). Presidente havia sido afastado após decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública do município.

O MP pede afastamento do presidente do DAE de Bauru, Renato Purini, como é mostrado em fotos da TV TEM/Reprodução.

A Prefeitura de Bauru publicou, nesta quarta-feira (27), a renomeação de Renato Purini como presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), que já retomou as atividades do cargo.

Renato Purini havia sido afastado no dia 26 de setembro em decisão da juíza Elaine Cristina Storino Leoni, da 2ª Vara da Fazenda Pública do município, em resposta a uma ação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm).

A juíza ressaltou que Purini foi condenado, em 2003, por improbidade administrativa e a multa aplicada como pena não foi paga. Como complemento, o Sinserm também ressaltou que Purini não apresentou a comprovação de escolaridade exigida para a presidência.

No domingo (24), a Justiça suspendeu a decisão de primeiro grau que determinava o afastamento de Renato Purini da presidência. De acordo com a decisão do desembargador Marcos Pimentel Tamassia, as leis municipais não obrigam que o presidente tenha formação específica no nível superior, uma das argumentações feitas pelo Sinserm.

A respeito da condenação por improbidade administrativa, o TJ afirma que não foi imposta a pena de suspensão dos direitos políticos, portanto, Renato Purini pode ocupar o cargo. No período em que Purini estava afastado, o conselheiro Carlos Alberto Daré assumiu a posição.

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Consultas pediátricas no SUS de Bauru têm fila de até 40 anos, aponta levantamento

Fila para consultas pediátricas no SUS em Bauru ultrapassa décadas de espera, aponta levantamento

Ministério Público entrou com uma ação civil pública para exigir que o município aumente a oferta de vagas para a reabilitação pediátrica. Segundo professor da USP, dados são inacreditáveis.

Ministério Público apura fila de até 40 anos para consultas pediátricas em Bauru

Um levantamento da TV TEM, com dados do Cadastro de Demanda por Recursos de Saúde (CDR) da Secretaria de Saúde de Bauru (SP), revelou que a fila de espera para especialidades pediátricas no Sistema Único de Saúde (SUS) pode chegar a décadas na cidade.

Os dados disponibilizados pela prefeitura em outubro de 2024 mostram que, na ortopedia pediátrica, por exemplo, o tempo estimado de espera chega a dez anos e dez meses. São 744 crianças na fila para apenas 57 vagas disponíveis por ano.

Para exames de ecocardiogramas infantis, a espera é de 31 anos, com 337 pacientes aguardando e somente nove vagas anuais. A gastroenterologia pediátrica apresenta uma fila de 21 anos, com 382 crianças para 15 vagas anuais.

Já na endocrinologia pediátrica, são 554 crianças que aguardam atendimento, sem nenhuma vaga prevista. Na neurologia pediátrica, 1.064 crianças esperam na fila, também sem previsão de agendamento.

Espera por vagas para especialistas pediátricos em Bauru

Especialidade Tempo de espera Número de pacientes na fila Vagas anuais Ecocardiograma infantil 30 anos 337 9 Gastroenterologia pediátrica 21 anos 382 15 Endocrinologia pediátrica Sem previsão 554 0 Neurologia pediátrica Sem previsão 1064 0

Fonte: Departamento Regional de Saúde (DRS)

‘FILA IRRESPONSÁVEL’

A TV TEM apresentou o levantamento para o professor Gonzalo Vecina Neto, da faculdade de saúde pública da Universidade de São Paulo (USP), que afirmou que os dados são inacreditáveis.

“É uma fila irresponsável. Uma autoridade dizer que tem uma fila de 40 anos para atendimento de consultas de ortopedia infantil, quando são problemas que teriam que ser corrigidos o mais rapidamente possível para que essa criança possa se desenvolver e se transformar numa pessoa, um ser humano que tenha condições de viver na nossa sociedade de uma forma tranquila”, afirmou.

Laini aguarda há 11 meses o atendimento de endocrinologia pediatra para a filha — Foto: Reprodução/TV TEM

Para famílias que dependem exclusivamente do SUS, a longa espera é um desafio constante. A motorista de aplicativo Laini Paula de Rezende é mãe de uma menina, de 11 anos, que tem diabetes.

Apesar de ter um encaminhamento médico desde janeiro, Laini relata que já espera há 11 meses por uma consulta com endocrinologista.

> “Não sei se não tem vaga, se não tem médico, eles nunca falam nada. Eu tive que pagar um convênio, tirar do meu orçamento onde eu não tinha para ela ter um acompanhamento, porque a gente se viu totalmente perdido”, disse a mãe.

Fila para consultas pediátricas no SUS de Bauru chega a 40 anos

AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Em resposta à falta de atendimento médico para crianças em Bauru, o Ministério Público (MP) entrou com uma ação civil pública, atualmente em julgamento, para exigir que o município aumente a oferta de vagas para a reabilitação pediátrica.

A movimentação surgiu após o MP receber denúncias de que mais de mil crianças estariam sem o suporte necessário.

Atualmente, o município conta com 1,1 mil vagas para reabilitação, mas a expectativa da promotoria é que esse número seja dobrado para 2,2 mil vagas.

O MP também cobra um aumento nas consultas com médicos especialistas, especialmente nas áreas com déficit em Bauru, como de neurologia pediátrica e ortopedia.

DEMORA NO ATENDIMENTO ADULTO

Após a exibição da reportagem da TV TEM que denuncia as filas de décadas por atendimentos infantis, moradores de Bauru também reclamaram da demora no atendimento de adultos por especialistas.

Fernando Vinícius de Lima está há dez anos à espera de um exame de colonoscopia. O aposentado conseguiu um encaminhamento por meio de uma médica do Centro de Referência em Moléstias Infecciosas da cidade em 2015, mas não conseguiu realizar o exame.

Já Marcos Martins Limão espera há três anos por uma consulta com um reumatologista. O eletricista conta que sente dores no corpo e que já passou por um ortopedista após três anos de espera, mas o mesmo não resolveu seu problema e fez com que voltasse para um clínico geral para encaminhá-lo a um reumatologista.

Silvana Rocha da Costa enfrenta dificuldades para tratar dores crônicas. Após dois anos aguardando consulta com um ortopedista e realizar exames por conta própria, ela segue sem diagnóstico e há mais de um ano espera por fisioterapia.

O QUE DIZ O GOVERNO

Em nota à TV TEM, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que segue trabalhando para unificar as filas descentralizadas e adotando medidas para ampliar o acesso aos serviços de saúde.

Segundo a pasta, os serviços de ortopedia infantil e gastroenterologia clínica foram ampliados no Hospital das Clínicas de Bauru neste ano.

Além disso, conforme a nota, o Hospital Estadual de Bauru permanece como referência para atendimentos de cardiologia infantil, gastroenterologia pediátrica e neurologia pediátrica.

Sobre o ecocardiograma infantil, o estado colocou que são disponibilizadas mensalmente 70 vagas na especialidade de cardiologia infantil no Hospital Estadual de Bauru. Já no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Bauru, o atendimento em endocrinologia infantil é realizado para adolescentes acima de 14 anos.

Em relação à neurologia, o AME e o Hospital Estadual de Bauru estão contratando novos profissionais para melhorar a prestação de serviços na área.

O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Bauru ressaltou que acompanha as demandas dos 68 municípios da região e realiza busca ativa de pacientes cadastrados na Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) para atualização da fila de espera.

O DRS ainda afirmou que os casos citados pela reportagem estão sendo reavaliados com prioridade pelos órgãos estadual e municipal, e os pacientes serão informados sobre os novos agendamentos nesta quinta-feira (28).

*Com colaboração de Raíssa Toledo/TV TEM

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