O premiê francês, Michel Barnier, foi ao Palácio do Eliseu na manhã desta quinta para apresentar sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron. Chegando ao Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, por volta das 10h (horário local) nesta quinta-feira (5/12), Barnier teria deixado o local rapidamente. A renúncia do primeiro-ministro ao presidente Macron foi feita de acordo com o artigo 50 da Constituição francesa, após a aprovação de uma moção de censura pela Assembleia Nacional.
Com 331 votos a favor, acima da maioria absoluta de 288, os deputados franceses derrubaram, na quarta-feira (4/12), o governo de Barnier e rejeitaram seu orçamento para 2025. O primeiro-ministro passou apenas 91 dias no cargo. A moção de censura contou com o apoio de parlamentares de esquerda e de extrema direita, enfraquecendo ainda mais Macron, embora sem afetar seu mandato até 2027.
Em meio à crise política envolvendo a renúncia do premiê, o presidente Macron fará um discurso à nação francesa nesta quinta-feira, às 20h, em um momento solene. A presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, pediu a Macron, em entrevista à rádio France Inter, que nomeie rapidamente um novo primeiro-ministro. Ela se encontrará com o presidente ao meio-dia, no horário local, para discutir os próximos passos a serem tomados.
Para Braun-Pivet, a censura do governo foi um “fracasso coletivo”, destacando a necessidade de estabilidade e fornecimento de um orçamento ao país. Ela solicitou que todos os líderes partidários, incluindo membros da Reunião Nacional (RN), de extrema direita, sejam incluídos nas consultas do presidente Macron. A instabilidade política na França levou à queda do governo de Barnier, tornando-o o mais curto da Quinta República francesa, iniciada em 1958.
Com a perspectiva de nomeação de um novo primeiro-ministro antes da cerimônia de abertura da catedral de Notre-Dame, prevista para o fim de semana, Macron busca restabelecer a governabilidade do país. A presidente da Assembleia Nacional ressaltou a importância de ouvir os franceses e construir juntos o que é necessário para o país. A crise política na França exigirá novas lideranças e ações para garantir a estabilidade institucional a longo prazo.