‘O Crime da 113 Sul’: entendendo os desdobramentos após a decisão do STJ de anular a condenação de Adriana Villela
O caso do triplo assassinato que ocorreu em um apartamento na área nobre de Brasília há 16 anos ganhou destaque com a decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por 3 votos a 2, o tribunal decidiu anular o julgamento do júri e a condenação de Adriana Villela no “Crime da 113 Sul”.
O histórico processo envolvendo a morte do pai, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, da mãe Maria Villela e da empregada da família, Francisca Nascimento, será avaliado novamente na primeira instância. O juiz responsável terá a incumbência de decidir se revalida provas, determina novas diligências e convoca um novo júri popular.
A anulação partiu do entendimento de que houve cerceamento da defesa de Adriana Villela devido à apresentação tardia de parte dos depoimentos colhidos pela polícia durante o julgamento. Os detalhes específicos sobre os limites dessa anulação e suas consequências serão esclarecidos no acórdão a ser elaborado pelo ministro Sebastião Reis Júnior.
Após a publicação do acórdão no Diário da Justiça Eletrônico (DJe), o Ministério Público do Distrito Federal terá prazos estabelecidos para apresentar eventuais recursos em resposta à decisão do STJ. Caso não sejam aceitos, todos os atos da Justiça a partir do recebimento da denúncia em 2010 serão anulados, incluindo a produção de provas, coleta de depoimentos e o próprio julgamento do júri popular.
Com o retorno do caso à primeira instância, o novo juiz terá a responsabilidade de revalidar parte das provas anuladas, conduzir novas diligências e, ao final, decidir se convoca um novo júri popular para julgar Adriana Villela. A controvérsia em torno do processo continua, com a defesa insistindo na inocência da acusada e o Ministério Público buscando a execução imediata da pena.
A decisão da anulação da condenação de Adriana Villela representa um novo capítulo nesta complexa trama judicial, reabrindo a discussão sobre os acontecimentos que culminaram nos trágicos assassinatos ocorridos em agosto de 2009. Acompanhar o desenrolar dos próximos passos do processo será fundamental para entender os desdobramentos dessa reviravolta jurídica.
A polêmica em torno do “Crime da 113 Sul” ganhou destaque na série documental lançada pelo Globoplay, que expõe os depoimentos dos executores do crime gravados em 2010. A disponibilização tardia desses vídeos aos advogados de Adriana Villela ressaltou as lacunas e desafios enfrentados ao longo do processo, evidenciando a complexidade e sensibilidade desse emblemático caso no cenário judicial do Distrito Federal. A história ainda está em aberto, aguardando novos desdobramentos e desfechos que serão determinantes para a resolução do mistério envolvendo o “Crime da 113 Sul”.